Lembranças de Uma Biblioteca
Estou aqui novamente admirando o belo edifício histórico enquanto sigo treinando as habilidades literárias através destas palavras. Um lugar que sempre recebeu-me com um sorriso no rosto e palavras amigáveis de incentivo.
Os livros ficam em festa toda vez que entro naquele local. Pulando de alegria e pedindo para ser escolhidos por mim. São tantos deles que vivo em um momento Stiksy, isto é, é impossível escolher um só pra ler no local ou levar pra casa.
Um ambiente que me encoraja a seguir lutando pelos meus sonhos e que é testemunha de muitas lutas que travei ao longo da vida. Ali vejo a paz necessária para o talento literário se libertar das amarras do medo e dos grilhões da desesperança.
Essa história de amor começou em 1985. A primeira visita de um menino diferente que gostava de ler tudo o que caía em mãos. Me lembro de que não podia subir no segundo andar porque estava ocupado pela Câmara de Vereadores e só em 1995 é que pude finalmente ir conhecer o segundo andar que é tão bonito quanto o térreo.
Depois fui crescendo e esse amor só aumentou com a minha primeira doação que foi o saudoso Almanaque Abril de 1990 que ajudou-me bastante nas pesquisas escolares. Uma das minhas enciclopédias favoritas.
E depois com minha monografia sobre o Futebol Pelotense que fiz em 2003 onde grande parte dela foi elaborada a custo de algumas empreitadas e todas as crônicas que fiz pro Diário Popular onde estão na seção de jornais até hoje.
Esse lugar exala história por todos os poros e a literatura é constante.
Até hoje essa história continua. Mesmo com os afastamentos temporários devido as suas reformas sempre acabo voltando de uma forma ou de outra.
E toda vez que volto, me sinto feliz e mais forte pra encarar tudo.
Lembro que foi ali que li pela primeira vez Lawrence da Arábia e seus Sete Pilares da Sabedoria. O livro foi tão bom que levei pra casa e devorei em poucos dias.
Rubem Braga também encontrei ali, assim como J.J.Benitez e tantos outros autores e autoras que povoaram minha imaginação. Nem preciso falar dos autores locais tipo João Simões Lopes Neto, Zênia de Leon (que tive o privilégio de participar junto com ela da coletânea Dark City, figuras e figuraças de Pelotas) e tantos outros e outras que precisaria de mais crônicas pra falar deles.
Atualmente está meio desleixada, mas já está se arrumando para o novo ano que se aproxima.
E eu aguardo ansiosamente esta volta para seguir evoluindo na literatura e criando novas histórias vindas de um cérebro que nunca para de trabalhar.
Faz quase 39 anos que te conheço e terá eternamente um lugar no meu coração.
E para sempre seu nome está gravado na minha memória.
Bibliotheca Pública Pelotense.