A EXTREMA DIREITA COMEÇA A SE TORNAR A VOZ DO BRASIL?
APESAR do FEBEAPÁ[1] protagonizado pelos extremistas fanatizados e absolutamente despreparados para debater, a aula-espetáculo do Prof. Msc. Dino apresentou, de forma mais límpida que o sol do Equador ao meio dia, o abismo que separa razão de sentimentalismo; equilíbrio de fanatismo; e polidez política de incivilidade.
Claudio Chaves
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AS DEZ horas de Aula Magna no Senado (dia 13/12), com o Prof. Mestre, Juiz, Senador, Ex-governador e Ministro Flávio Dino de Castro e Costa, maranhense, de São Luiz, não foi só isso (uma baita aula de Direito, Constitucionalismo, Filosofia Política, Humanismo, História, Sociologia, Cultura Popular, Cultura Esportiva, Literatura, Hermenêutica, Teologia Cristã e Ética, entre outras).
A IRRETOCÁVEL explanação do exímio e equilibradíssimo Mestre expôs dois pontos cruciais e que, há muito, não recebem a devida atenção não só das autoridades, mas da sociedade brasileira como um todo: 1) a imprescindibilidade da formação humanista para o fortalecimento e a longevidade da Democracia Liberal (assim como a foi para seu estabelecimento) e 2) a URGENTÍSSIMA (e igualmente imprescindível) necessidade de um PACTO NACIONAL pela formação de humanistas críticos(as), sérios(as) éticos(as) e profundamente comprometidos(as) com os princípios [pelo menos os que julgarem mais adequados] dessa proposta societária, tão direta e violentamente atacada nessa primeira quadra de século no mundo, e especialmente nas Américas, a começar pelo Norte desse continente.
APESAR de deprimente e constrangedora - pelo FEBEAPÁ protagonizado pelos extremistas fanatizados e absolutamente despreparados para debater até com um(a) aluno(a) do ensino fundamental [vergonha internacional) - a aula-espetáculo do Prof. Msc. Dino apresentou, de forma mais límpida que o sol do Equador ao meio dia, o abismo que separa razão de sentimentalismo; equilíbrio de fanatismo; ética, altruísmo, autossegurança e empatia de leviandade, desonestidade intelectual, complexo de inferioridade, mesquinhez política e incivilidade.
SIM, isso precisa ser sinalizado e destacado em letras garrafais e cores incandescentes, pra que não reste dúvida do que, de fato, há tempos, está em disputa: que - muito diferentemente do que a maioria da população brasileira (pouco ou mal informada) e uma minoria bem informada, mas mesquinha e leviana, tenta fazer crer - não é uma simples e legítima disputa entre esquerda e direita. No Brasil, apesar dos seus já longevos 523 anos, esses campos ideológicos opostos sequer foram corretamente definidos. Não é disso que se trata.
EU DESAFIO qualquer pesquisador(a), de qualquer espectro ideológico, a encontrar uma, pelo menos uma argumentação entre os protonazifascistas (como MALAfraude, Magno Malta, Dallagnhol, Sérgio Moro....) que sustente, de forma séria e acadêmica, qualquer insinuação de impedimento [uma advertência por escrito, que seja] legal e/ou (segundo os postulados do Estado Democrático de Direito) moral à ascensão do referido Postulante ao cargo postulado. Não vai encontrar – primeiro porque tal fato não existe, e segundo, porque as intenções dessa turma são outras, bem diferentes e bem nefastas, como, por exemplo, aproveitar a sabatina, pra ter plateia pra suas sandices.
SABENDO que, além de não haver qualquer indício de impedimento, sobejavam requisitos e atributos – testemunhados, referendados [e até comemorado], inclusive, por históricos e [ideologicamente] irreconciliáveis adversários políticos –, os saudosistas do autoritarismo, populistas, manipuladores, oportunistas de plantão, resolveram, desavergonhadamente, apelar para a comicidade, e mergulharam de vez na narrativa esdrúxula de que o Professor, Juiz e Político Flávio Dino não poderia ser conduzido ao STF por ser 1) comunista (da terrível corrente “comunista do PT”) e 2) por ser um vingador – personagem integrante do grupo de super-heróis hollywoodianos.
QUEM tem acompanhado as patacoadas e o FEBEAPÁ dessa gente sabe que, quanto a isso, qualquer comentário é dispensável. O lado bom – além da tragicomédia (pra quem gosta do gênero) – desse espetáculo de horror é perceber que, a despeito do esforço concentrado (semanas antes, inclusive), toda performance e teatralização ao longo da 'sabatinaula', as investidas populistas, sensacionalistas, manipuladoras não surtiram o efeito esperado.
OU SEJA, respondendo a indagação-título, sim, a extrema direita [consórcio entre o militarismo miliciano golpista, o neonazifascismo político sensacionalista e populismo religioso autoritário] parece, finalmente, começar a se tornar a Voz do Brasil: todo mundo ouve, mas poucos dão confiança!
[1] FEBEAPÁ – Festival de Besteira que Assola o País, sigla-título do livro que reúne crônicas de Stanislaw Ponte Preta, nas quais, com muita sátira e bom-humor, criticava as inúmeras sandices de nossa folclórica classe política.