A Odisséia dos alunos de uma faculdade...que dificuldade
Naquela sexta-feira, que nem era treze, a avaliação era do professor Geraldo, de microeconomia, que só de pensar já dava um nó na cabeça. A turma ficava, mesmo que concentrada, apreensiva numa hipnose neural, uma espécie depressão, envolta numa confusão, entre entender e não compreender, aquela matéria, que diria fazer a prova.
Todos apreensivos e o professor com o material em mãos, prestes a distribuir, ainda explicando como iria acontecer aquela segunda avaliação, quando de súbito a luz foi embora.
Nenhum grito se registrou, em função da situação da matéria, cuja primeira fora uma lástima. Esperou-se ainda vinte minutos até a coordenação avisar que não haveria mais a prova. E todos foram dispensados, de forma a saírem do transe neural, que os coagia.
Com a possibilidade de ter mais tempo pra estudar e ao menos alinhar o entendimento ou a forma de aprimorar as colas, que no caso daquela matéria, nem adiantava, quando você tinha deficiências a serem reconhecidas, o jeito foi vociferar.
Nazareno o chefe da turma, foi o primeiro a iniciar e pra espanto de todos, até o Esmerindo, que era o cego, caladinho, como forma de extravasar soltou o verbo, meio que sem o traquejo, sem o jetinho, pois não era de sua índole, causando uma certa risada.
Após todo o alvoroço, quebrando o gelo, como aventura ainda restava descer do último andar, nas escadas as escuras, que por ironia do destino, toda a turma e o professor embarcaram numa fila indiana, liderada pelo Esmerindo, que como o cego da turma, descia com maestria, numa lição pra ficar na memória de todos.
Todos a salvo no pátio de saída, num dos burburinhos de um grupo, que envolvia Cláudio, Inaildo, Alberto e Josias, chegava o Esmerindo pra compactuar a solidariedade deles o guiaram pra pegar o ônibus.
Sob efeito da possibilidade de terem mais tempo pra estudarem para a prova de microeconômica adiada, Esmerindo pediu também ajuda, que eles conscientemente concordaram. E nesse momento de acordos e outros assuntos eis, que alguém grita da parada em frente a faculdade:
- lá vem o ônibus...
E sem mais dizer, a maioria que por opção da situação, se aventuravam a estudar a noite, saiam do trabalho cansados, quebrados e quase sempre com a mente bastante chacoalhada, mal terminava a aula, queriam eram ir pra casa descansar ou ir pra um bar descarregar o estresse.
O fato, que naquele instante, as opiniões se dividiam, mas aquele grupinho decididamente iam pra suas casas e como comum a todos, mesmo com o Esmerindo diferente, por causa da deficiência, eles sob impulso momentâneo, seguraram as mãos do rapaz e correram pra parada.Esmerindo de óculos escuro, camisa branca social, cadernos nas mãos e o Braile, sua ferramenta pra fazer a avaliação, na aspereza do desespero, ainda, quem sabe sob efeitos dos últimos gritos, pela falta de energia, ele embarcou na nova viagem, que em segundos terminou, com Alberto e Inaildo passando pelo lado direito de um veículo, Josias e Claúdio pelo lado esquerdo e Esmerindo se chocado com o carro.
Culminando com o rapaz no chão, Braile para um lado, cadernos para outro e o óculos desengonçado no rosto.
Enquanto uns riam, outros reprovaram sem entender, os quatro rapazes voltaram pra ajudar Esmerindo do chão levantar, poisnãofoi intencional. Essa situação, aconteceu em função deles estarem acostumados a ter Esmerindo como eles, realmente não foi pra zoar.
O ônibus até parou, mas como é comum da atitude de seus motoristas, foi só pra olhar o ocorrido e depois seguiu, mesmo sob o apelo dos envolvidos, que pediam vertiginosamente pra ele parar.
Enfim, pra salvaguardar o desastre como um mero ocorrido, o jeito foi eles caminharem para o bar do Abreu, que ninguém, ali era de ferro e de lá ver quando outro ônibus viesse pra eles irem pra suas casas.