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Chega o fim do ano e nessa época procuro fazer um balanço do que vivi, do que fiz, do que senti; de tudo que participei, dos bons e maus momentos. Faco uma análise bem parecida com aquela que fiz uma vez, quando era jovem, com um psiquiatra;  só que ele me dispensou depois de um tempo dizendo que, de um modo figurativo,  a vida era um bolo de chocolate, e que eu sabia bem repartir as fatias. Saí com esse bolo atravessado na minha garganta, pensando como administrar minhas fatias. Sim, a vida é um bolo de chocolate, mas nem sempre é doce..

 

Posso dizer que esse foi um ano muito positivo para mim. Conheci pessoas diferentes, curti minhas amizades antigas compartilhando e saboreando esse bolo e também descartei as que não estavam me fazendo bem. É muito dificil que eu me arrependa de uma decisão tomada,  porque quando eu a tomo nao é nada impulsivo; sempre existe um histórico anterior, coisas que vão no dia a dia dando aquele sinalzinho vermelho, mas que voce acaba deixando prá lá, até  que chega a um ponto de decisão. Claro, não sou perfeita, e longe de ser. Mas meus valores são muito importantes para mim, e,  às vezes, é preciso fazer escolhas que nos façam mais felizes e nos deixem sentindo paz -  e é como me sinto agora.

 

Este ano comecei um novo modo de exercício, Jazzercise, que é tipo de dança -  com a qual mais me afinizo, e foi muito bom. Continuo também com minhas caminhadas. O espelho já revela as rugas dos tempos (hoje as vejo como momentos felizes - ah! e esse sentimento eu devo aos anos de pandemia, onde passei a me enxergar mais por dentro). Mas ainda tenho um “tikinho” de vaidade básica, apenas  para a sobrevivencia. O tempo passa, as rugas aparecem, mas a beleza acho que não se perde; está nos olhos de quem a vê, nos gestos de quem ama, na alma de quem vive. 

 

Ficar longe da minha filha este ano (que está morando no Brasil e fazendo seu MBA), não foi tão dificil como, inicialmente, pensei. Aliás, existe coisa mais maravilhosa do que ver um filho feliz? Isso vale tudo, até a saudade. E, depois, com a nova tecnologia, a gente pode falar, fazer uma reuniãozinha, que mesmo virtual, mata a saudade.  E, eis que ela chega para o Natal, trazendo aquele sorriso especial e aquela alegria genuína.  Mas, já está com saudades do Brasil.

Pois é, apesar de tudo que existe no Brasil e que todos se queixam, e têm suas razões, eis que minha filha se sentiu abraçada por um mundo totalmente novo. Outro dia ela me disse: “Mãe, agora eu entendo  o que voce falava sobre calor humano”. Apaixonou-se  pelo País e pelo povo. Estamos achando que quando terminar o curso, em Setembro de 2024, sua vida dará uma grande virada.  Sentimo-nos felizes por esses anos todos que estamos nos Estados Unidos e por termos decidido  falar somente Português em casa. Ela foi para o Brasil com o Português meio truncado, mas depois de 9 meses é impressionante como está falando bem! E o curso que ela frequenta de MBA é em Inglês. Então, ela está tendo a oportunidade de falar duas línguas e aprender a cultura.

 

E tudo que quero no próximo ano é ter bastante saúde, assim como minha família e meus amigos, e aproveitar cada segundo de 2024, carregando meu bolode chocolate. Com ele aprendi que cada fatia tem o seu significado, o seu ensinamento, o seu prazer. E o que mais vale é dividir o bolo com quem nos quer bem, com quem nos faz feliz, com quem nos inspira. Ser suave para a vida.

Por isso, sou grata a Deus por todas as pessoas que estão na minha vida, e por todas as chances que Ele me oferece para evoluir.

 

Que o próximo ano seja cheio de chocolate, de doçura, de amargor (que faz parte do processo!) e de sabor. E que eu possa seguir escrevendo a minha história, com fé, com força, com alegria.  

 

Para finalizar, algumas memórias de alguns anos:

 

 

 

 

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 16/12/2023
Reeditado em 20/12/2023
Código do texto: T7955290
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