Ênfase ao Essencial
Durante esse longo e prazeroso viver, nunca tive interesse nas atividades relacionadas ao desenvolvimento muscular. Meus grandes interesses: futebol, basquetebol, tênis de mesa, cinema, teatro, livros, música e dança de salão.
Na minha juventude, livros poderia ser que lesse dois por ano, mas esporte, cinema e dança (bailes) estiveram tão presentes, como
Sombra em dia de luz e festa do sol.
Entretanto, a partir de meados 2018, por indicação médica, passei a frequentar academia de musculação.
Mas, o desinteresse no esforço físico para exercitar os músculos (pagar para fazer força), foi acrescido de grande irritação, causada pela música tocada na academia que frequento.
Os exercícios, de fato, fizeram e fazem muito bem para o corpo físico, mas a música faz mal à alma. Para evitar, passei a usar um desses fones de ouvido, ao qual introduzo músicas selecionadas, que não causam efeitos colaterais anímicos e que tornam muito prazerosa aquela hora e meia, dos três dias por semana, que sigo a prescrição médica.
Uma das músicas que faz parte dessa seleção é “Estrela do Mar”, composição de Paulo Soledade e Marino Pinto, interpretada por Dalva de Oliveira e gravada no início da década de 1950 (1953?).
A letra muito bem criada. Poema que narra o amor de pequenino grão de areia com uma estrela, e que coloca dúvidas, sobre o encontro entre os dois. E complementa aquele cenário especulativo sobre o encontro, induzindo a possibilidade, com a observação: “o certo é que, tempo depois, apareceu a estrela do mar”.
Não pude conter a lembrança de leitura, daquele mesmo tempo da composição musical, que refletia sobre ser o essencial o que é invisível para os olhos, mas percebido pelo coração. Nem tão pouco uma dúvida (com resposta pronta) sobre aulas de “História Geral”, matéria cursada naqueles tempos dourados.
Não seria muito mais importante, no lugar de estarem contando as proezas dos grandes conquistadores, que destruíram e construíram impérios por meio da violência de conflitos belicosos, estarem refletindo sobre o que aconteceu entre o pequenino grão de areia e a estrela do mar?
Ênfase ao essencial, invisível para os olhos, mas sempre percebido pelo coração.
Um Pequenino Grão De Areia/ Que Era Um Pobre Sonhador/ Olhando o Céu Viu Uma Estrela/ E Imaginou Coisas De Amor/ Passaram Anos, Muitos Anos/ Ela no Céu e Ele no Mar/ Dizem Que Nunca o Pobrezinho/ Pode Com Ela Encontrar/ Se Houve Ou Se Não Houve/ Alguma Coisa Entre Eles Dois/ Ninguém Soube Até Hoje Explicar/ O Que Há De Verdade/ É Que Depois, Muito Depois/ Apareceu a Estrela Do Mar.