Considerações ambientais

O desenvolvimento tecnológico/cultural do jogo sapiens na noosfera serve a priore a dois fulcros, primeiro para compreender onde estamos na evolução, do que somos (ser/self), e no porquê coexistimos na biosfera (natureza/universo); segundo para conhecer, quantificar e explorar economicamente a natureza, com ousia no antropocentrismo, e quididade única no cifrão (ter).

Tudo demonstra que a segunda condição é a que vigora, e está no ponto auge da curva da sobrevivência do planeta, evidenciando que o ponto de inflexão está iminente.

Essa mudança de comportamento do homo sapiens economicus, deve seguir um novo rumo, um novo Eros, com o abandono do antropocentrismo, pois Thanatos já decretou a morte da razão.

Que futuro a evolução terá, para que o homem não promova a sexta extinção em massa da espécie dominante, nós!

Este novo Eros, que alguns têm chamado de mundicentrismo, é erigido sobre algumas iniciais observações e prerrogativas que enumero para pavimentar a nova necessária postura. Coisas que não são, seguramente, elucubrações de eco chato e nem tão novidade, pois o estoicismo de Zenão, já assim delineava:

1) internalização de uma relação de simbiose autêntica e duradoura entre o natural homo sapiens sapiens, não mais o homo sapiens economicus, com a natureza. Esta relação simbiótica tem na palavra outridade sua conceituação/princípios. Onde a matéria viva senciente (mente, alma e espírito), integra o que é biótico e abiótico, pois tudo é ciclo, sabedor que na morte volta a ser abiótico, e renascendo volta a ser biótico. Conforme as ideias de Lynn Margulis e James Lovelock, da hipótese biogeoquímica ou Gaia.

2) atenção especial, e adequação, aos conceitos físicos e biológicos de resiliência e homeostase, respectivamente, por vida, e de forma ainda micro, para o planeta e de forma macro, para o Kosmos/universo. Isso muito impactará, pois hoje se sabe que pelo grande sucesso do homem econômico, chegamos a oito bilhões e consumidores e estudo levam a crer e propor que não deveríamos passar de um bilhão de pessoas. Isso para que tudo viva e não só o homo sapiens economicus. Essa quantidade absurda nos faz câncer planetário e câncer nos mata;

3) não será com os fundamentos da ecologia rasa e também da já ultrapassada ecologia profunda, que os novos rumos (o novo Eros) se edificará, pois ambas são absolutamente antropocêntricas, e hoje já sabemos que o homem faz parte da natureza, não é dono dela, ela não deve ser tratada como insumo e sim como fonte, meio e suporte;

4) que a vida é hilárquica, sinéquica, e não carece de "designer" e fé, só de sobreviventes na evolução cega da natureza.

A crise sócio-ambiental deve entrar urgentemente na agenda de preocupação dos que querem que a espécie humana sobreviva neste planeta, e deixe de ser algo marginal, que bloqueia o liberalismo e a razão, haja vista, hoje, se ancorar na ecologia rasa.

Prossigamos...

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 14/12/2023
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