FELINOS & PICHADORES
Tenho grande amor por animais, em especial por gatos e cachorros. Em minha casa, na infância e na juventude, tivemos vários cães inesquecíveis como o Rex, a “Frigideira”, o Patudo, o Juninho... E apenas o “Gato Tenente”, que possuía olhos bicolores: um azul e outro amarelo. Meu coração ainda se enternece, quando deles me lembro.
Por volta de 2012, durante a realização de um curso sobre Behaviorismo, com o Psicólogo Alex Roberto Machado, meu filho caçula resolveu adotar um gatinho e foi ao Setor de Zoonoses de Linhares, onde pegou a Ang, uma gata branquinha que tem uma espécie de capacetinho castanho. Pouco tempo depois, ele voltou lá e pegou uma toda pretinha e a “batizou” de Sthel. A primeira está conosco até hoje, a segunda fugiu e apesar de nossos esforços para encontrá-la, não tivemos êxito e todos ainda sofremos a perda da Tethel.
A essas duas sucederam-se outros: o Peralta (vulgo Pepeto, porque é da cor de carvão), que foi recolhido, bebezinho, em um dia de chuva, quando caminhava para um quintal onde havia um cachorrão; a Xuxu, uma gatinha rajada que estava miando muito e sendo chutada por um desalmado no bairro Três Barras; o Zulu (Zulinho), um gatinho miudinho, tipo Angorá, de olhos azuis, que estava sob a roda de um caminhão; e o Frajola (Jojola), um gatinho branco e preto que resolveu miar sob a janela da minha nora (hoje ele deve pesar uns 8 quilos).
Quando achávamos que já tínhamos felinos demais, durante uma caminhada meu marido encontrou o Munitinho, um pretinho, peludo, quietinho e imóvel. No dia seguinte, o gatinho estava tristinho e no mesmo lugar. Não deu outra: Mumuzinho foi morar lá em casa e ganha um bifinho de carne todos os dias.
Não reclamo do dinheiro que foi gasto com as 6 castrações, do que é gasto com ração, sachês e sacos de areias especiais, nem com o monte de pelos que eu escovo, cato ou varro diariamente, mas o Zulu, o “Angorá” lindo, me aborrece todo dia porque costuma urinar onde não deve e faz isso abundantemente.
Fui pesquisar as causas e as soluções: As causas podem ser desde stress até a vontade de marcar território, de demonstrar que ele está pronto para assumir o cargo de Chefe do Bando (hoje exercido por Pepeto). Encontrei 7 sugestões para resolver o problema: 1. Castração; 2. Descobrir a causa do stress; 3. Não alterar o ambiente onde o gato vive; 4. Manter em atividade; 5. Manter a positividade; 6. Usar sprays, difusores e suplementos; 7. Procurar um veterinário.
Recentemente, ao passar na lateral do Supermercados Sempre Tem, eu vi algo que eu sempre achei péssimo em grandes cidades: PICHAÇÕES. Depois disso, observei que a mesma pessoa, algum amigo ou concorrente começou a pichar muros no centro e bairros de Linhares, também. Horrível esse tipo de coisa, porque ninguém tem o direito de danificar o patrimônio alheio, de enfeiar a cidade e nem de obrigar as pessoas a verem as suas COISAS FEIAS.
Lembrei-me de Zulinho e fiquei pensando se esses “artistas” estão pichando para aliviar o stress, para marcar território ou se é problema a ser tratado por psiquiatra, mesmo. Penso que a diferença principal entre o meu gatinho e esse pessoal é a racionalidade: o meu felino não a tem, os seres humanos deveriam ter.
Talvez a explicação seja mais simples... Não é verdade que tem gente que acha bonito o que é feio? Também pode ser que essas pessoas tenham visitado amigos ou parentes em grandes cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou São Paulo e, por algum motivo, escolheram ser seguidores das pessoas que dormem o dia todo e saem à noite para se divertir emporcalhando suas cidades....Outra hipótese bem provável é que, com o crescente desenvolvimento de Linhares, esse tipo de gente tenha resolvido mudar-se para nossa cidade.
Se forem verdadeiras as hipóteses de “achar bonito o que é feio” e de “seguir os maus exemplos” para se sentir “aceito no bando”; precisaremos, URGENTEMENTE, de que os pais, os educadores, os padres, os pastores, os pais de santos, a Guarda Civil, a PC, a PM, a imprensa, enfim, todos os líderes, comunicadores ou autoridades, abordem com as novas gerações, a questão da pichação não apenas do ponto de vista estético, mas, sobretudo, do respeito ao direito alheio.
Quanto aos que já estão “viciados” em pichar aquilo que não lhes pertence, claro que não vou sugerir o que recomendam para gatos; mas penso que, pelo menos, duas coisas podem ser feitas: 1. Produzir uma campanha publicitária educativa a ser veiculada na TV, no rádio e por meio de cartazes, com tema mais ou menos assim: “PICHAÇÃO REVELA FALTA DE EDUCAÇÃO! AJUDE A EDUCAR: FOTOGRAFE O PICHADOR E ENVIE SUA FOTO PARA: (27) XXXXX-XXXX!” ; e 2. Aumentar o número de câmeras nas ruas, visando a localizar e identificar os “artistas” em ação.
As duas ações acima podem permitir a identificação desse pessoal e possibilitar a aplicação de alguma sanção. Acho que obrigá-los a limpar suas imundícies pode se revelar um meio educativo bem eficaz.