GIZ

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(Re)Engenharia do Rock

Leonardo Daniel

GIZ

Legião Urbana – Renato Russo

E mesmo sem te ver

Acho até que estou indo bem

Só apareço, por assim dizer

Quando convém aparecer

Ou quando quero

Quando quero

Desenho toda a calçada

Acaba o giz, tem tijolo de construção

Eu rabisco o sol

Que a chuva apagou

Quero que saibas que me lembro

Queria até que pudesses me ver

És parte ainda do que me faz forte

E, pra ser honesto só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem, tudo bem, tudo bem

Tudo bem, tudo bem, tudo bem

Lá vem, lá vem, lá vem de novo

Acho que estou gostando de alguém

E é de ti

Que não me esquecerei

Quando quero

(Tudo bem, tudo bem, tudo bem)

Quando quero

(Tudo bem, tudo bem, tudo bem)

Quando quero

Eu rabisco o sol que a chuva apagou

Quando quero

Acho que estou gostando de alguém

Análise Pessoal:

Em “Giz” temos a consagração e enaltecimento da infância, retomada na vida adulta, e salva na despedida, tudo começa com uma reiteração: “E mesmo sem te ver” o “E” invoca a compreensão de que ele já não vê o ser amado há algum tempo, esse afastamento já é algo repetitivo. E nessa distância e nessa ausência ele até está indo bem. E ele não controla quando “vai aparecer” o que pode indicar um sonho.

Ou quando quero

Quando quero

E quando ele quer? Quando ele sonha acordado e recorda. Ele resgata a infância para sobreviver a ausência. Ele desenha a calçada. “Acaba o giz, tem tijolo de construção”. Ele rabisca o sol que a lágrima apagou. Ele estão separados pelo luto (mesmo sem te ver):

Quero que saibas que me lembro

Queria até que pudesses me ver

És parte ainda do que me faz forte

E, pra ser honesto só um pouquinho infeliz

Ele lembra do ser amado o tempo todo, e de onde ela estiver ele quer ser guardado por ela(e), que ainda é o que faz ele ser forte aqui enquanto espera. E ele confessa que só está um pouquinho infeliz. Nessa grande distância da ausência.

Mas tudo bem, tudo bem, tudo bem

Tudo bem, tudo bem, tudo bem

O que se pode fazer? Um teria que partir antes do outro, e foi o ser amado... lá vem de novo, mais um dia... e outra noite; ele acha que continua gostando de alguém, e é dela(e)... E é quem ele não se esquecerá jamais.

À guisa de conclusão:

O lance mais especial aqui é que a infância salva o luto. Quando ele quer... está tudo bem se ele tiver que esperar. E ele espera por que gosta dela(e). Esta é a música preferida do Renato Russo, ela é linda mesmo. Eu não tenho culpa de que a temática do pop-rock é a referência ao anjo caído. E que isso é feito na relação entre Amor e Luto.

www.poetaleodaniel.com

Leonardo Daniel

31/07/2023