BRINCADEIRAS E JOGOS PARA SEMPRE
Vou tentar desenvolver neste texto um assunto que prezo e que efetivamente não abro mão, mesmo depois de ingressar na fase sexagenária. Aliás, seria uma pessoa triste, se não participasse de jogos e não pudesse levasse adiante aquela molecagem das brincadeiras, que carrego desde a distante juventude, mesmo as hoje consideradas politicamente incorretas.
Nas muitas décadas dedicadas quase que exclusivamente ao mais prestigiado esporte bretão, pude vivenciar emoções, celeumas e porque não comemorações, no futebol jogado, no assistido in loco e também do atualmente visto na telinha.
Brincar com características pessoais sejam elas positivas ou não, tanto entre amigos e parentes, como colegas de trabalho, sempre foi uma forma personalizada de comunicação e aproximação, pois na minha concepção, a vida fica bem melhor, quando conseguimos a felicidade de tripudiar o lugar comum.
Praticar esportes ou criar brincadeiras propicia ao sujeito momentos únicos, fortalecendo convívio social, nos colocando num lugar atemporal, independente da idade, pois naquele momento, toda energia se volta para buscar a vitória, fazendo leituras, recorrendo a estratégias etc. Mesmo que ela não venha, o sabor da competição por si só carrega satisfação, uma atração irresistível, um canto da sereia do bem.
Minha migração para o tênis, veio em boa hora, pois neste esporte, a princípio se restabelece uma premissa ética importante, ninguém deve tentar levar vantagem, jogando cal na famosa “Lei do Gérson”, que durante muito tempo serviu de lema para oficializar a desonestidade, isto no tênis não cola. Nesta modalidade esportiva o dito esperto costuma ter vida curta, sua rejeição será logo exposta e conhecida pela comunidade.
A palavra lúdico tem origem na língua latina, ludus, significa jogo, divertimento, entretenimento, brincadeira, resumindo o que seria o ato de brincar. Desse modo, uma atividade lúdica é algo que quando realizada causa prazer, diversão para a pessoa que participa da ação, caracterizando uma sensação de bem estar físico e psicológico
Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou seja, brincar é algo muito presente em nossas vidas, ou pelo menos deveria.
Brincar não é só um momento de lazer e fantasia, pode também ser uma estratégia que a natureza nos deu, para assim desenvolver os sentidos. “Brincar serve para aprender, para experimentar, para resolver. Serve para pôr afeto, movimento e paixão onde só existia razão”.
Brincar oferece benefícios, como construção de confiança, empatia, otimismo, flexibilidade, abertura, foco no presente, perseverança, equilíbrio emocional e resiliência, explorando o possível desenvolvimento cognitivo e do senso de pertencimento.
Para adultos, brincar deveria constar dos manuais para qualidade de vida, entendida como atividade essencial, pois entre outras indicações alivia o estresse, evita o sedentarismo, cria condições para eliminar o individualismo e ainda melhora relações sociais. Detalhe importante não tem contra indicações.
O jogo é ferramenta que contribui na formação corporal, afetiva e cognitiva, e por ter característica lúdica, se torna mais atrativo e eficiente seu desenvolvimento, preparando sua inteligência e caráter, incorporando o conhecimento de quantidade e de espaço.
Aquele que brinca, incorpora a jovialidade que o esporte consegue transmitir, pelo menos momentaneamente iludir aquele corpo desgastado pelo tempo, mas que ainda preza a brincadeira entre amigos, majoritariamente vivenciando a mesma faixa etária.
Nada mais gratificante que aquela resenha do pós jogo, às vezes antecipada por intercorrências durante o jogo. Tenho certeza que pessoas que não se expõem às brincadeiras perdem muito de seu humor, se transformam em seres menos espontâneos.
A receita de bem viver certamente inclui entre as atividades, a movimentação e a concentração exigidas para quem se propõe entrar em campo, não importando qual seja a atividade esportiva desenvolvida.