SISIFO A BRASILEIRA

Francisco de Paula Melo Aguiar

O que tem de obras iniciadas e nunca concluídas no Brasil não é brincadeira, por exemplos: hospitais, ginásios de esportes, pontes, escolas de todos os níveis e graus, estradas federais, estaduais e municipais, linhas férreas, calçamentos, asfaltamentos, praças, mercados, restaurantes populares, creches, esgotamentos sanitários, conjuntos habitacionais, obras iniciadas e abandonadas em todo canto e lugar, etc.

E isso não é um fenômeno brasileiro, tanto é assim que vem da mitologia grega.

E tudo isso nada mais é do que: "Trabalho de Sísifo é uma expressão popular com origem na mitologia grega. Refere-se a todo o tipo de trabalho ou situação que é interminável e inútil".

Claro! Isso é Sísifo à brasileira ou a popular é tão familiarizada corrupção.

Assim sendo:"Na mitologia grega, Sísifo, rei de Corinto, era considerado o mais astuto de todos os mortais", nada diferente do discurso dos Sisifos nacionais presentes quando de passagem pelo poder político.

Ressalte-se que: "Após ter provocado a ira de Zeus por denunciar o rapto da mortal Egina, Sísifo escapou algumas vezes de Tânato, o deus da Morte, por meio de engenhosos ardis", algo parecido por analogia aos discursos ou falas dos delatores de casos de desvios de verbas públicas que a grosso modo, são inúteis, porque a população perde duas vezes, o sonho de ter a obra pronto atendendo suas necessidades e o dinheiro que desaparece para ninhos de cobras, cujos caminhos param em endereços desconhecidos ou paraísos do conto da carochinha, onde o corrupto aparece morto perante a sociedade, porém, rico para sempre diante dos crimes praticados como chefe da quadrilha lesiva ao erário.

Já mitologia grego o caso de Sisifo teve punição, ex-vi que: "Muito depois, Hermes logrou levá-lo a Hades, que o condenou, por toda a eternidade, a rolar até ao cimo de uma montanha uma grande pedra, que, ao alcançar o cume, rebola novamente montanha abaixo".

Na realidade brasileira, o que não falta na política são Sisifos habilidosos e astutos, corruptos e corruptores, nunca atingidos com qualquer tipo de punição, diante do Instituto da prescrição de crimes pelo decurso do tempo que não espera por ninguém nem à luz da Justiça.

Finalmente, a impunidade é uma prática na mitologia e na vida da sociedade mascarada de prazos legais:"Assim, a sua árdua tarefa é, para além de exaustiva, inútil, pois nunca está terminada" para justificar a corrupção dos investimentos públicos pelo decurso do tempo.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 11/12/2023
Reeditado em 11/12/2023
Código do texto: T7951436
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