Rascunho

Quem sabe a vida pudesse ser como um cochilo depois da piscina, calmaria.

Faz tempo que não me coça o espírito, acho que fiquei dormente de uns anos pra cá. Parece que as palavras me fogem, de tão ensaiada que me tornei, perdi um pouco a graça de ser eu, quase nem sei quem sou.

A risada inesperada, o grito fora de hora, tudo isso se perde em uma falta de tempo absurda que me corta até o direito de ser o que posso ser. Sou o que devo ser e não tenho muita escolha.

Nesse estardalhaço de falta, frequento o mesmo cenário mil vezes, a minha mente tenta sobreviver meio aos comandos que me prendem aqui, embora eu não queira estar. É difícil ter que aguentar na esperança da melhora, acho que é isso que vem me matando.

A ânsia por aquilo que posso, mas não alcanço.

Às vezes sinto que vou me acabar em loucura, nunca vi tamanha profundidade em problemas que parecem rasos, a minha cabeça é inventiva até demais.

Nunca aprendi a boiar, sabe? Me disseram que é preciso relaxar, confiar e deixar que a água leve.

Brenda Nascimento
Enviado por Brenda Nascimento em 10/12/2023
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