DIFERENTES IGUAIS - BVIW

 

 

Por volta dos oito anos de idade, assisti “A Ponta”. Era tradição no Natal passar na TV. O desenho conta a história de um menino que vivia em um lugarejo onde os habitantes tinham uma ponta na cabeça, menos ele. O que se tornou um desencanto para a criança. Após muito tempo sendo desprezado, tido como: esquisito, estranho, atípico e diferente, certo dia amanheceu e viu que em sua cabeça havia crescido uma tão desejada ponta. Era o sonho dele ser igual e aceito pelos moradores locais. Para a infelicidade de Óblio, quando ele se tornou igual a todo mundo, as pontas dos outros desapareceram, de modo que o menino voltou a ser discordante. 

 

Lembro ter ficado incomodada com esse fato, e fiquei tentando encontrar uma resposta para o escritor ter criado um final tão desolador. A cada Natal, eu já mais crescidinha, fui tendo melhor compreensão da mensagem, e amei ainda mais o enredo. Entendi que não adianta tentarmos mudar por nada nem por ninguém, e que é preciso aceitação do jeito que somos e não querer agradar as outras pessoas, porque o sofrimento só terá fim quando nos importarmos mais com nosso bem-estar que com as críticas e opiniões externas.  

 

Mais um ano se aproxima do fim, e a gente sempre torce para que o mundo melhore todo dia, e  esteja livre de preconceitos e críticas ofensivas. E que os diferentes sejam iguais. 

 

Tema proposto pelo BVIW   -  Desencanto

 

(BVIW - *BECOMING VERY IMPORTANTE WRITER/ "Tornando-se um escritor muito importante").