CRÔNICAS DO SER

CRÔNICAS DO SER

Leonardo Daniel

AS ESTRELAS

Para Zé Celso (in memoriam)

Sobre as estrelas, preciso começar dizendo que às 06 horas da manhã ainda dá para vê-las, pintando o céu, as estrelas nos remete... nos leva para um novo mundo, de mistérios e profundamente místico, como por exemplo, os Signos do Zodíaco. Não devemos comparar uma noite estrelada, com outra; de qualquer dia. Só agradeça, por não ter nuvens.

O Sol também é uma estrela, ver o Sol nascer, e, vê-lo se pôr é um caminho para a felicidade. Não devemos jamais comparar, o Sol que está se pondo com outro pôr de Sol, no passado e/ou em qualquer lugar. Faço caminhadas pela manhã, bem cedo, e, é muito terapêutico. Na cidade em que eu moro, Inhumas/GO vejo o Sol nas minhas caminhadas. Vejo o Sol nascer, todos os dias e isso; é mágico. E se a noite revelou o que o dia teima em esconder é por causa das estrelas.

Quem vive de fato para guardar as estrelas – também ao guardar estrelas vive de fato. Dito isso, vamos agora falar de outra forma; outra forma de estrelas; vamos falar do: Amor, estrelas humanas... que no ato traz a cura – a cura plena.

Na sociedade e na cultura existem estrelas que são celebridades, mas há também as estrelas que são inesquecíveis. É iluminado a quem o Sol ilumina. Há pessoas, artistas que são mesmo, inesquecíveis e sua obra ganha sempre vida nova na posteridade, que é o caso do poeta francês: Charles Baudelaire que com seu livro: “As Flores Do Mal” vendeu somente 60 exemplares em vida e agora, pelo mundo este livro, se tornou um best-seller e, vendeu mais de 10 milhões de exemplares. Lembrem-se que: “Gente é pra brilhar” (Caetano Veloso).

Então vamos falar de quem brilhou, fez sua Estrela brilhar: José Celso Martinez Corrêa – Zé Celso...

Quando a estrela vira uma pessoa ela deixa claro o que quer fazer. E o que ela realmente quer... é fazer as pessoas felizes, e o Zé Celso fez muita gente feliz. Quando a gente pensa na vida e na obra dele como a montagem de: ‘Os Sertões’ por exemplo, percebemos que há uma ligação entre elas. São indissociáveis. ‘Vida e Obra’. É isso é muito raro, lembra das celebridades? Então, elas impactam a cena cultural, pois elas não são artistas de verdade.

Ele, o Zé Celso, viveu e ressignificou sua vida e sua arte. Ensinando contra os preconceitos sejam eles quais forem e vivendo numa metáfora heroica, onde a vida vence a morte... ele foi despertando cada vez mais sua arte; principalmente o Teatro. Lembrando que, para Aristóteles a função de catarse da poética é gerar terror e piedade. É algo muito sério, portanto. Zé Celso, revolucionário, muitas vezes incompreendido.

E assim, ele falava que a palavra: AMOR já estava desgastada, e que agora ele só acreditava na palavra: SER.

www.poetaleodaniel.com

Leonardo Daniel

(poeta, escritor, professor)