QUANDO O ABUSO DE AUTORIDADE SE FAZ PRESENTE

Todos conhecemos, falamos e ouvimos muito esta frase: "Respeito é bom e conserva os dentes". Sim, é verdade. Mas o problema é quando algo não é recíproco, deixando sempre uma oportunidade para se comportar fora desta ótica, deste ponto de vista. Senão, vejamos:

Primeira noite de baile de carnaval num clube muito popular de São Paulo. O local está superlotado. A festa animada, como sempre, movida a vários tipos de bebidas, para não citar outras substâncias ilícitas, o que não vem ao caso. Dois jovens amigos e parentes estão ali no meio daquela euforia toda. De repente, alguém teve a ideia de pular para puxar uma das alegorias suspensas no salão e quando percebeu outros foliões foram no embalo. Inclusive um dos dois jovens parentes citados. Só que, quando menos ele esperava dois brutamontes fardados o agarraram, cada um por um braço, o que seria desnecessário, obviamente e gritou no seu ouvido, ameaçando-o levar preso por aquela infração. E disse:

-"Você está pensando que estes enfeites são só pra hoje? E as outras noites de carnaval, como ficam?"

- Desculpe, autoridade, eu errei. Só fui no embalo errado dos outros!

- "Nós vamos ficar de olho em você, se o pegarmos novamente agindo assim, faz passar a noite no xilindró, está ouvindo ou quer que eu desenhe?"

Devido o som alto do ambiente ele só captou a palavra xilindró e na hora saiu procurando o primo que estava perdido na multidão para avisar do ocorrido. E pra aliviar do susto, só tomando mais uma bebida quente. Depois disto eles perderam até a vontade de continuar ali e quando iam saindo, o jovem se deparou com um daqueles policiais que o reconhecendo ainda debochou:

- "Já vai? Está cedo ainda!

O outro colega, não sabendo bem do que se tratava e com a cabeça já pesada de cachaça já ia mandando aquele homem fardado pra aquele lugar, quando foi contido pelo primo.

- Aquele é o policial que me ameaçou prender se eu continuasse pegando os confetes suspensos do salão. Deixa pra lá.

Por pouco, um daqueles jovens ou mesmo os dois passariam o restante da noite no xilindró, como ameaçou aquele policial cheio de empáfia e autoridade. Foi abuso desta? Quem sabe!