SÃO TANTAS EMOÇÕES
Ontem foi um dia daqueles, daqueles para não esquecer!
Faço aniversário ali vizinho ao dia dos mestres, e ontem tive o prazer de comemorar ambas as datas, num espaço rico de belas recordações, o Colégio Pedro II, na minha época de estudante considerado como a escola padrão, esse padrão que não se limitava a qualidade do ensino não, extrapolava os muros da escola, gerando cidadãos, com visão crítica, aptos a encarar nossa complexa realidade, que De Gaulle definiu como um país nada sério.
No auditório de música do colégio, veja isto, quantas escolas você conhece com um espaço exclusivamente dedicado a música.
Antes das apresentações, me sensibilizei com o discurso da diretora da instituição, uma ex-aluna como eu, que vivenciou a constante luta da escola, para conseguir manter o diferencial que sempre caracterizou essa instituição federal, que remete ao II Reinado.
Mesmo no longo período da ditadura militar, a escola conseguiu passar incólume por aqueles vinte anos do regime de exceção. Agora, nada se compara ao que aconteceu na última gestão presidencial, quando o truculento mandatário, resolveu transformar a instituição tradicional, numa escola cívico militar, visando colocar em prática, outra excrescência criada desse período, a tal da escola sem partido.
Para felicidade geral da comunidade, nada prosperou, nem ele.
Nosso coral foi à primeira atração da tarde, que se iniciava, já demonstrando a forte brasilidade na escolha das músicas, que bem representam o cancioneiro popular: o Canto das Três Raças, seguido do Trenzinho Caipira, e para fechar a participação no evento, uma música de nosso maestro denominada Seguindo a Maré.
Houve então no auditório, uma verdadeira comunhão do público, com o coral da escola, onde não faltaram esfuziantes aplausos. Que bela, é essa sensação de dever cumprido!
Em seguida, houve apresentação de uma banda composta de estudantes e para fechar o show, aconteceu um congraçamento de mestres e alunos nos instrumentos, enquanto o auditório cantava a canção.
A emoção estava no ar, quase palpável, e não foram poucas as lágrimas de alegria que escorriam dos olhos dos mais experientes, propiciando a beleza de um tororó de recordações dos momentos únicos vividos na instituição, e que subitamente floresceram, sem pedir licença, e com grande riqueza de detalhes, antes esquecidos lá na distante parede da memória.
Agora, um lanche preparado pela direção, fechava com chave de ouro esse evento rico de musicalidade e sentimentos.
Enquanto isso, minha esposa preparava outra mesa, agora restrita aos componentes do coral, com outro bolo, para juntos comemorarmos não apenas o dia do nosso mestre, o dia do coralista e também meu aniversário, com direito a velinha e escolha da primeira fatia, e claro, fotos, muitas fotos desse momento peculiar na vida dos coralistas.
Até uma próxima apresentação!