Um paciente longevo

Ao se vê no espelho d´agua da correnteza do velho riacho, ainda falta dois palmo para se esconder o sabiá, a codorna – pé -amarelo, o inhambu, cantam triste no grotão. A sirene das cigarras desarma o rolete dos sentimentos e sonha acordado o menino que foi a muito de calça curta mas feliz de outrora. As mãos tremulas, olhos fundos marejados, com a escassez de cabelos brancos a imagens vinha das águas do lago que se banhava mesmo sabendo da realidade atual o assustava como se transformou.

As cortinas se fecharam e o mando azul com pontinhas de brilhante bordava o céu escuro o vidro amarelado, opaco daquele quarto de hospital do vigésimo andar sem previsão de alta permitia relembrar a vida que passou no paraíso de sua juventude. O barulho dos carros lá debaixo, o clarão das luzes que entrava pela fresta da cortina aumenta mais a dor de seu peito toca a campainha quem sabe a enfermeira tenha algo que possa aliviar essa angústia que não deixava descansar!

Jova
Enviado por Jova em 28/11/2023
Reeditado em 28/11/2023
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