Certeza

Estou cansada de borboletas no estômago, o que quero e preciso é paz e calma.

Paz de espírito, de alma, de mente, para que eu possa enxergar além do que me é mostrado, para controlar a angustia que me corrói diariamente, para que meu coração possa sentir com plenitude tudo que se dispor, para que minha alma se sinta leve e se revele para todas as possibilidades.

Calma, para que eu possa repousar corpo e mente e não ter medo de acordar de sobressalto com a sensação de que vai acabar, para amar sem hora determinada, para saber lidar com as situações que se colocarem em meu caminho.

Cheguei em um ponto de minha existência em que as aventuras de amores fugazes já não me atraem mais, as promessas de amores eternos não encontram terrenos férteis, a esperança de algo arrebatador já não existe.

O real, palpável, concreto é o que faz meu coração vibrar. A certeza de sentimento, do querer, do desejo de estar e permanecer. A certeza do amanhã e do depois é o que hoje importa.

A demonstração de sentimento, de pertencimento, de satisfação, não por palavras, essas com o vento se vão, mas por atos e atitudes que confirmem o que se dispôs e propôs.

Não tenho mais tempo a perder, não tenho mais sentimentos a desperdiçar, o pouco do amor que me resta pede cuidado, cautela, para que não seja entregue, como muito o foi, a esperanças vãs, ele já não suporta mais sofrer.

Como Carl Sagan, “eu não quero acreditar, eu quero saber” e saber importa em não ter espaço para dúvidas.

Se vier, venha inteiro, entregue, de verdade. O quem sabe, o talvez, o amanhã, não cabem mais nesse peito ansioso e cansado de viver.

O dragão precisa de certezas para poder se permitir deixar a rosa ser tocada novamente, já está muito fechado em si para permitir mais uma vez ser enganado.