HOJE ME DEU VONTADE DE CHORAR. E EU CHOREI.

O dia amanheceu, meu corpo ainda cansado devido a labuta diária não se fez de rogado, era como se dissesse: estou pronto para mais uma. E realmente estava, era necessário, mesmo passando dos setenta, segundo meu cérebro, ainda dava para o gasto. Na mesa do café da manhã, que eu mesmo preparo e ponho a mesa, comecei a refletir sobre a vida, a minha vida. É puxada, viu? Mas Deus sabe o que faz.

Fui lá atrás um pouquinho, lá pelos anos sessenta, setenta, eu era um jovem com muitos amigos, me divertia, flertava, mas só fui assumir mesmo uma namorada quando comecei a trabalhar, aos dezoito anos. Foi meu primeiro e único emprego. Pensei no quanto eu era feliz, viajava, participava de festas, principalmente em clubes da cidade e tinha uma vida tranqüila que ia de vento em popa.

Voltei ao presente, vi a diferença, o quanto mudou tudo, o quanto de problemas a gente enfrenta no dia a dia. Uma pequena lágrima caiu dos meus olhos sem que me desse conta e eu até estranhei. Deixei que ela caísse e até dei margem para que outras a seguissem e foi exatamente o que aconteceu. Fiquei a me perguntar o porquê dessa emoção repentina, não tive resposta. Deixei o tempo passar, tomei meu café e procurei esquecer o ocorrido.