COMO QUASE TUDO NA VIDA TEM A PRIMEIRA VEZ, VAMOS LÁ UMA DELAS!

Os mais afoitos e mulherengos podem admirar e até debochar da minha demora pelo primeiro contato íntimo com uma mulher. Não lhes tiro a razão. Realmente o meu atraso teve um motivo lógico. Talvez possa denominá-lo sublimação, não sei. O certo ou errado é que a minha formação durante a adolescência foi destinada ao sacerdócio, anelo este em que a condição sine qua non era, sem dúvida, a castidade consumada ao discutido celibato. Sendo assim, toda a minha adolescência foi voltada aos estudos, na sua maioria em seminário interno, com raríssimas exceções, três anos em semi-internato. Durante todo este tempo, como ser humano que era, podia conversar e até ter uma amizade com a ala feminina, menos envolvimento íntimo, diga-se de passagem. Então, quando o último colégio em que eu estudava com este objetivo foi desativado, por motivos alheios ao nosso conhecimento, com hipótese sombria de ter sido por interferência do regime militar daquela época, as minhas "asas" foram decepadas e ironicamente me mandaram voar. E por motivos óbvios tive que me mudar para esta megalópole paulista onde moravam meus pais.

Aqui foi aberta outra página bem diferente do livro da minha vida, por sinal, cujo título da obra literária ainda não publicada é APOSTASIA INVOLUNTÁRIA. Mas aí é outra história. Vamos ao que interessa o título desta crônica. Enquanto trabalhava no meu segundo emprego, ou seja, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com a convivência diária com várias pessoas e principalmente jovens, eu percebi que mais cedo ou mais tarde eu terminaria me envolvendo de maneira afetiva com alguma das acompanhantes de pacientes que nos procuravam. E uma delas veio por tabela. Ou seja, não foi por iniciativa própria e sim por sugestão de um colega que precisava "trocar o óleo" na companhia de uma parceira esporádica que sempre o visitava com esta intenção carnal. Como neste dia ela veio acompanhada de uma colega, por sinal, uma morena que mais parecia sambista de escola de samba, diga-se de passagem, ele, com muita dó, segundo o próprio, depois fiquei sabendo, me intimou, pedindo o favor de passar um tempo com a dita cuja na lanchonete onde me apresentou, enquanto ele iria ao apartamento dele, ali próximo do hospital, usufruir daquele momento prazeroso, que todo casal normal tem. Deixou até uma cerveja paga. Tudo bem. Imagina o leitor que não precisamos nem aquela bebida fazer algum efeito e nosso papo já se direcionou para o sexo. E a minha atitude foi imediata, aliás, a nossa. Fiz um teste que eu havia lido num livro. Ou seja, peguei na mão da jovem e ela aceitou. Pronto, o consentimento já estava dado. Sem dizer onde iríamos, apenas falei: vamos sair um pouco para melhor aproveitar o tempo. Só que os nossos olhos já premeditavam tudo. Contíguo dali havia não só um, mas outros hotéis para encontros íntimos. Quando nos aproximamos de um só murmurei: vamos entrar? Você é quem sabe - foi a resposta da jovem e já encostando a cabeça no meu ombro. Logo que fechei a porta, nossas roupas foram aos poucos sendo jogadas na cama e em poucos minutos os corpos unidos como manda o figurino e como se costuma dizer, o que tinha de entrar, entrou, o que tinha de sair, saiu, envolvido com gritinhos abafados de prazer.

Em síntese: logo que regressamos ao ponto de origem, ou seja, à mesma lanchonete, já pedi outra cerveja e quando o meu colega chegou com a sua parceira com a maior cara de pau foram admirando e dizendo sem razão:

- Caramba, ainda aquela cerveja? Deve ter esquentado. Vamos pedir outra!

Neste ínterim nada comentamos sobre a nossa aventura tão fugaz, mas também que nos deu prazer, literalmente. Depois que elas foram embora e ao voltarmos ao local de trabalho foi que lhe contei a rápida aventura que tive com a jovem que ele me apresentou.

- Sério? Vocês fizeram o mesmo que eu com a minha pequena? Caramba, aquela menina é virgem! Você tá ferrado.

- Você quer dizer: era virgem. Tudo bem, só se era na orelha.

Por sorte minha não tive problema nenhum depois disto. Só que em compensação, o meu colega, por não usar preservativos ou por ter ido na conversa da parceira, depois de pouco tempo ele recebeu a visita da mesma jovem acompanhada do pai para confessar que estava grávida. Se foi golpe da barriga, tenho certeza que o tiro saiu pela culatra. Não deu em nada. Ele simplesmente continuou tendo seus casos, pois era um garanhão inveterado e quanto a este seu colega, simplesmente continuei comendo pelas beiradas, fazer o quê?

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 25/11/2023
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