Neste mundo em que vivemos.Correndo!
O tempo corre depressa.
Estamos próximos das festas que são a alegria das
famílias.
Em todos os lares se começam a viver os preparativos para os dias que com a velocidade do vento correm livremente.
A paixão com que se vivem esses momentos gozam de licença absoluta.
Começam a ouvir-se em surdina os preparativos para o grande dia. Quer seja na maior grandeza, ou no mais humilde lar, como se não houvesse nenhuma diferença entre os dias de trabalho e de prazer, e de tal maneira assim é, que muita razão têm os que dizem que antigamente assim era.
O mês que aí vem, Dezembro, era um mês diferente, para muitos continua a ser um mês com muitos dias diferentes, Para outros um mês como qualquer outro durante o ano.
Eu, e julgo que muitos mais não trocaríamos o prazer desses dias de Dezembro, pelo fausto e abundância deste moderno viver.
Hoje muda-se de roupa para a festa, noutro tempo sentávamo-nos no chão, á lareira jogando o “rapa” comendo umas rabanadas feitas com esmero pela mãe e pela avó; Hoje encomendas se fazem nos lugares mais estranhos aonde abunda o luxo, mas falta o gosto que mãos de fada davam.
Hoje tudo está diferente. Há quem se deixe arrastar pela luxúria sem se lembrar do “fui” e mostra a altivez do “sou!
Para muitos ter riquezas, não foi o fim de ter tido misérias sejam elas quais forem; as que mais doem, as que mais marcam e ficam indelevelmente marcadas são as da alma.
Muitos há que imitam viver em pobreza, direi melhor viver em avareza, para que os julguem pobres, e mesmo assim, viver da generosa bondade dos outros.
O mal não esta nas nossas coisas, mas na nossa alma, aflora em nosso coração.
Há quem diga que a pobreza é um estágio da vida ao qual estamos sujeitos.
Mas o que torna a pobreza insuportável, também tornará por certo insuportável a riqueza assim sendo.
É indiferente que se ponha um doente num catre velho e desconjuntado, ou numa cama adornada de ouro e coberta de cetins luxuosos.
Em qualquer dos casos a doença está lá e não foram as acomodações de miséria ou luxo que a fizeram mudar, ao doente pouco lhe importa estar entre a riqueza ou a pobreza, porque a sua alma está lá e o seu bem ou mal feito e vivido, o irá seguindo, para onde quer que vá ou o levem.