Racismo? Até Quando?
Até quando vão perturbar a vida dos símios?
Até quando vão atirar bananas nas gramas pisoteadas e esmagadas?
Até quando vão dançar nas arquibancadas imitando os primatas inocentes?
Até quando vão olhar para cútis e ostentar trejeitos de hipocrisia?
Até quando vão pichar muros e almas com a palavra: macaco?
Até quando?
Os labirintos das indagações, tremem ao ver a hipocrisia aflorar por entre os lábios e a inércia, e enquanto o muro de Berlim se tomba, no racismo ao invés de brick the wall, lê-se nos muros de lágrimas: Black is the scum of humanity. Se derrubarmos um muro, porque não sentir o sabor da igualdade brotando nos poros e empunhando a bandeira sem tijolos e sem tirania?
Até quando?
Se uníssemos todos os gestos homofóbicos e as bocas sedentas pelo ódio, engoliriam todos os tijolos e os porões imundos, seriam as cavernas dos corações malditos, que pulsam somente no descompasso da ignorância de quem quer provar o gosto da escória. Até quando?
O suor vertido no parto, o suor irrigando terras, o suor da fadiga no seio da morte e o último suspiro será tão somente o desejo de pedir perdão pelos descasos, e no muro do cemitério a frase: “Aqui Somos Todos iguais” e o epitáfio gelado: “Aqui Jaz o Hipócrita do Tempo”.
Até quando o racismo irá vasculhar o sangue dos insensatos?
Becos lúgubres se tornam lápides da ignorância e por caminhos ocultos vagueiam os mortos-vivos buscando a salvação das próprias peles. Peles que sob a dor do parto e o choro, também buscam um lugar ao sol, feitos aqueles que sem culpa vieram ao mundo pelo mesmo Pai. DEUS!
Até quando? Racismo? Até quando?