Õ DIA EM QUE UM VICIADO, POR POUCO, NÃO DESPERDIÇA SUA MACONHA!
Dificilmente mudo de itinerário quando vou fazer a minha caminhada diária. Sempre sigo direto pela minha rua onde, como em toda periferia, tem uma biqueira. Aqui não tem hora para se formar até filas para a compra de produtos proibidos e maléficos à saúde. O (a) viciado (a) enfia o braço num buraco de um muro, dá o dinheiro e pega a droga para o seu vício. É tudo muito rápido. Certo dia, ao passar por um destes pontos, percebi que um rapaz parecia tão sedento e ansioso que nem disfarçou de nada e já atravessou a rua preparando o seu maldito cigarro. Notei que que ele caminhava tão concentrado que nem notou a minha presença indo ao contrário, ou seja, tive que me desviar rápido para evitar o encontro súbito e ele perder aquele produto que acabara de comprar. Pra ser sincero ele nem percebeu do meu desvio e nem olhei depois para trás para evitar vê-lo tropeçar em algo na calçada e acontecer isto que o leitor já imaginou, fazendo-o regressar ao buraco daquele muro para uma nova aquisição proibida.