SE EU FOSSE ESCREVER UMA CARTA A FLORENCE NIGHTINGALE
Começo imaginando como seria escrever a dama da noite que observava seus doentes de guerra a luz de uma lamparina, ela se sentiria bem em saber que seu legado continua firme e forte e que a sua tão querida Enfermagem está crescendo e evoluindo cada vez mais com as inovações tecnológicas, mas mantendo o seu objetivo principal que é o cuidado.
Eu iniciaria essa carta mais o menos assim:
“Amável Florence Nightingale, estamos lutando todas (os) nós contra um mal invisível a olho nu que ceifa nossas vidas pelo ar, o Sars-Cov-2, e que não diferente de você na guerra da Criméia sofreu com tantas mortes e com o impacto de imediato não saber lidar com a situação. Acredito que tenha sentido medo, mas que ao invés de desistir continuou a pensar em métodos de higienização e ambientação, tal qual uma própria teoria de cuidado para que todas as enfermeiras, nessa época em sua maioria mulheres, pudessem agir de forma exitosa e em harmonia. Eu não sei o que será no futuro, se vou morrer antes de cuidar de centenas de pessoas como bem desejo...Mas seja o que for eu estarei ao dispor de lutar como você me ensinou.”
Em se pensando em uma resposta eu imagino que seja a mais feliz em saber que nós enfermeiras (os) estamos a todo vapor cuidando dos que sofrem, mas em pleno desgosto em saber que nessa guerra muitos já se foram em todo o mundo inclusive quem está na linha de frente. Precisamos de fé, confiança e sabedoria para os dias de caos e acima de tudo paciência para o correr dos dias. É difícil, mas não está sendo fácil para ninguém. Desse modo, os enfermeiros(as) – e todos os demais envolvidos - que receberam esse chamado do destino precisam serem reconhecidos por arriscarem suas vidas pela dos outros num momento tão crítico. Há esperança, repito sempre nas minhas crônicas, não precisamos de melancolia e sim de atitudes positivas para o controle da guerra.