Donos da casa
Os vírus e as bactérias são os autênticos donos do planeta. E estão cada vez mais fortalecidos e, a culpa é nossa. Alguns surtos passarão imperceptíveis.
Mas outros ganharam notoriedade é o caso do vírus do H1N1 que em vinte e cinco semanas matou mais do que vinte e cinco anos de AIDS. Inicialmente, não assustava.
Quase todo mundo que pegava a malsinada gripe, depois de algum tempo, acabava curando-se. O maior problema é que de repente tinha tantas pessoas infectadas que a taxa de mortalidade era tão expressiva que ameaçava transformar metade do planeta no mais rotundo inferno.
Nas pequenas cidades italianas, há tantos óbitos que faltam covas e, com cemitérios lotados, os defuntos são enviados para outros cemitérios próximos e, os velórios são restritos e quase inexistentes.
Já houve a gripe espanhola que trazia a versão mais letal do vírus influenza e conseguiu providenciar cinquenta milhões de óbitos que correspondeu a mais do que o dobro de mortos nos quatro anos de duração da Primeira Grande Guerra Mundial.
Precisamos entender que os micróbios são os criadores do mundo e, nós somos tudo, menos vítimas. Aliás, pela ótica da ciência existem mais bactérias nesse momento se alimentando fartamente de sua pele do que gente vivendo no planeta azul.
Afinal, para as bactérias seu corpo é espécie de paraíso, repleto de oásis, onde há água e alimento o tempo toda, nas formas mais variadas como água, sais minerais, proteínas e gorduras (famosos lipídios).
Cada poro de sua pele é uma espécie de restaurante e, em troca, as bactérias deixam seu corpo cheirando mal. E, as axilas são as mais problemáticas porque são as praças de alimentação mais concorridas, com glândulas que produzem mais óleos e proteínas de que estas tanto gostam.
O corpo humano é feito de dez trilhões de células que abriga cerca de cem trilhões de bactérias. Portanto, na próxima vez que vc se olhar no espelho, lembre-se que cerca de noventa por cento do que você vê, é apenas uma megacivilização de micro-organismos.
Segundo Nathan Wolfe um dos mais importantes infectologistas do mundo, se existisse uma enciclopédia composta de trinta volumes listando tudo que vive em nosso planeta, pelo menos 27 volumes seriam devotados para descrever vírus e bactérias. Portanto, eles compõem uma população de peso.
Quando presentes na parte interna do corpo, eles limpam o intestino, facilitam na digestão, fabricam vitaminas, e, são tão vitais como as células humanas. Alias, cada uma de nossas células, já nasce com uma bactéria dentro que é a mitocôndria, a responsável por fornecer para estas. Porém, se estas dão a vida, também sabe retirá-la.
Só vivem as bactérias em harmonia quando se encontram nas partes certas do corpo humano. Trata—se de um equilíbrio estável. Pois até mesmo as bactérias que moram no Jardim do Éden da sua pela podem ser mortais se forem parar na corrente sanguínea. É o caso da Pseudomonas aeruginosa que é causadora da sepse, uma infecção que destrói os tecidos do corpo.
Às vezes o tratamento é extirpar as partes infectadas. A sepse ficou conhecida por aqui em janeiro deste ano, quando atacou Mariana Bridi, uma modelo de 20 anos totalmente saudável. Ela teve os pés e as mãos amputados antes de morrer.
E, essa bactéria é só uma entre muitas que podem pegar qualquer um de surpresa, por mais jovem e saudável que a pessoa seja.Mesmo assim, elas não causam tanto medo quanto o outro protagonista do microcosmo: os vírus.
Importante saber que vírus e bactérias não são sinônimos. E, muitos casos, os dois até causam as mesmas doenças, tais como meningite e pneumonia.
As bactérias podem até ser extremamente simples – são compostas de uma única célula, tão pequenas que daria para colocar três milhões delas na cabeça de um alfinete. Mas são seres vivos como qualquer outro.
Elas respiram, comem e se locomovem. Basta haver nutrientes por perto que elas vivem e se reproduzem à vontade. São donas do próprio nariz. Os vírus não.
Primeiramente cumpre afirmar que os vírus são bem menores. E, se estes tivessem o tamanho de uma pessoa, as bactérias seriam comparativamente do tamanho do Cristo Redentor. E, mais relevante, são incapazes de fazer qualquer coisa autonomamente.
O vírus é inerte tal como pedra, sem ter o poder de respirar e comer para gerar sua própria energia e, com esta se reproduzir. E, mesmo assim, possui a vontade de se multiplicar. Tal qual as bactérias, os vírus foram feitos para gerar descendentes.
Os vírus são capazes de invadir as células mesmo aquelas que possuem a mais complexa fechadura. E, a cada tipo de vírus tem a chave para entrar em um tipo de célula. Por isso, cada vírus causa uma doença diferente.
O HIV, por exemplo, só possui a chave para entrar num certo tipo de célula, chamada CD4, que é fundamental para o funcionamento do sistema imunológico.
E, transformá-las em zumbis, destrói as defesas do organismo. Tornando o organismo humano muito vulnerável, sem ter como lidar nem mesmo com patologias brandas ou leves.
Um questionamento nos aflige: De onde vieram os vírus? É simples, com os animais que criamos e ainda os outros presentes na natureza, com os criadouros passamos a conviver com quantidades expressivas de fezes, urina e tantas outras excreções do gado. E, com a domesticação aumentou-se ainda mais esses produtos.
Então, mais corpos estão disponíveis para os vírus invadirem. E, as variações mais letais começaram a aparecer no gado. Assim, era simples questão de tempo para que saltasse para nossos corpos.
Quem comprova tal tese é a genética que ajuda a rastrear a origem dos vírus e tentam encontrar um ancestral comum. E, nisso concluíram, por exemplo, que o vírus do sarampo é um parente de um vírus que ataca o gado, o da peste bovina.
Assim, reparem, o vírus dos bois passou por mutação genética na época das primeiras criações e adquiriu o grande poder de invadir os corpos humanos.
Importante saber que vírus e bactérias não são sinônimos. E, muitos casos, os dois até causam as mesmas doenças, tais como meningite e pneumonia.
As bactérias podem até ser extremamente simples – são compostas de uma única célula, tão pequenas que daria para colocar 3 milhões delas na cabeça de um alfinete.
Mas são seres vivos como qualquer outro. Elas respiram, comem e se locomovem. Basta haver nutrientes por perto que elas vivem e se reproduzem à vontade. São donas do próprio nariz. Os vírus não.
Primeiramente cumpre afirmar que os vírus são bem menores. E, se estes tivessem o tamanho de uma pessoa, as bactérias seriam comparativamente do tamanho do Cristo Redentor. E, mais relevante, são incapazes de fazer qualquer coisa autonomamente.
O vírus é inerte tal como pedra, sem ter o poder de respirar e comer para gerar sua própria energia e, com esta se reproduzir. E, mesmo assim, possui a vontade de se multiplicar. Tal qual as bactérias, os vírus foram feitos para gerar descendentes.
Os vírus são capazes de invadir as células mesmo aquelas que possuem a mais complexa fechadura. E, a cada tipo de vírus tem a chave para entrar em um tipo de célula. Por isso, cada vírus causa uma doença diferente.
O HIV, por exemplo, só possui a chave para entrar num certo tipo de célula, chamada CD4, que é fundamental para o funcionamento do sistema imunológico. E, transformá-las em zumbis, destrói as defesas do organismo. Tornando o organismo humano muito vulnerável, sem ter como lidar nem mesmo com patologias brandas ou leves.
Já o caminho da influenza começou nas aves selvagens que carregavam o vírus sem ter como infectar o ser humano. Mas a civilização também começou a domesticar e a criar as aves.
Durante suas migrações, os pássaros selvagens acabavam bebendo água dos reservatórios das criações de galinha. E, também faziam suas necessidades por lá.
E, aí as galinhas bebiam a água contaminada pelas fezes e pegavam o vírus. E, assim como as galinhas também os porcos que sempre foram criados juntos, não demorou para que surgisse algum vírus mutante dessa gripe aviária.
Assim, o vírus veio circulando entre as várias espécies de suínos, aves domésticas e selvagens. E, quando duas mutações de um mesmo vírus se encontram no mesmo organismo, isso, a recombinação de seus genes é capaz de formar duzentos e cinquenta e seis diferentes. E, esses vão se recombinando e recombinando dentro do corpo dos bichos.
No fundo, qualquer uma delas pode ser chamada de “gripe suína”, pois todas são geradas nesse misturador de vírus que são os porcos. Se a cada ano vem uma gripe nova, em intervalos mais longos aparecem algumas realmente violentas.
Foi o que aconteceu com o HIV, que veio de macacos. Por isso mesmo, pesquisadores acreditam que estamos no meio de uma segunda onda de novas doenças. A primeira foi aquela de 10 mil anos atrás, quando a civilização começou.
Outro ponto importante: não é possível prever novas mutações. O HIV, por exemplo, só não é transmissível por mosquitos, como a dengue, porque não sobrevive dentro do inseto. Mas basta uma mutação simples para que isso aconteça.
Outro ponto importante: não é possível prever novas mutações. O HIV, por exemplo, só não é transmissível por mosquitos, como a dengue, porque não sobrevive dentro do inseto. Mas basta uma mutação simples para que isso aconteça.
Registre-se ainda que a maior parte dos antibióticos produzidos no mundo vão parar nas rações de gado e de outros animais para atuar como precaução contra as infecções e porque também aceleram o crescimento dos animais.
Enfim, em verdade, não existe fórmula mágica para derrotar os mirco-organismos, pois, eles ainda assim podem ser úteis. Há estudos nos EUA que desenvolvem vírus para combaterem tumores no cérebro. E, ainda, eles pretendem usar o vírus para invadir os células cancerosas de pacientes e matá-las, sem danificar as células normais.