Pôr-do-sol 5 de Novembro de 2023
Chega a noitinha e vou lá para a minha área onde posso apreciar o mais lindo pôr do sol. Gosto desses meus encontros solitários, de reflexão e diálogo interno que abre um leque de coisas que, em minha vida, foram importantes. Eles me fazem questionar o sentido da vida, o propósito da existência. Eu sempre reflito se, de algum modo, estou fazendo alguma diferença; se estou deixando um legado, e gosto de sentir que tenho uma voz, uma história.
Aprendi muito com a experiência do dia a dia, a vivência de situações, o conhecimento de novos sentimentos. De todos os livros do mundo, o mais verdadeiro é aquele que escrevemos com as nossas próprias histórias. O acordar e o pisar no chão todos os dias, mesmo com medo, a vivência de situações, o aprendizado de novos sentimentos.
Mas, nem sempre é fácil seguir essa filosofia. Muitas vezes eu me amedronto com a tela em branco do futuro, que é tão incerto como é imprevisível. Ah! essa tela em branco! Por que teimamos em sofrer com o que não aconteceu ainda e somente lembramos de viver o presente, quando somos acometidos de alguma doença, ou enfrentamos algum problema sério?
Tenho que sempre me lembrar que as situações são cíclicas e que tudo passa. Eu vejo que eu mesma mudo, aprendo, erro; que eu evoluo, que eu me adapto, me surpreendo, que eu me desafio e me supero. O que hoje é importante amanhã pode ser irrelevante; o que hoje é essencial, amanhã pode ser dispensável.
Viver a vida com intensidade porque sei que tudo é breve. O agora é breve. O daqui a pouco será breve. O amanhã será breve. Só não é breve aquilo que eternizamos dentro de nós. Momentos que nunca esquecemos, porta-retratos imaginários pregados na nossa alma, emoções, gestos que ficaram gravados em nossas lembranças.
Quero sempre descobrir o que me faz vibrar, o que me dá sentido, o que me conecta com o que há de mais profundo em mim e nos outros. Quero aceitar as situações com essa tal “simplicidade infantil,”que se surpreende e se encanta com a existência, mas também questiona a vida com inteligência ímpar - e tentar esquecer essa tela em branco.