JUÍZES RELIGIOSOS
No pequeno vilarejo de Julgamentos, havia uma curiosa congregação conhecida como os "Juízes Religiosos". Suas vestes imaculadas e sermões cheios de retidão ecoavam pelas vielas, enquanto julgavam aqueles que não compartilhavam suas crenças.
Esses autoproclamados guardiões da moralidade viam-se como arautos da fé, mas suas sentenças eram tão rígidas quanto suas posturas. Em seus olhares penetrantes, encontrava-se a condenação disfarçada de piedade.
Num domingo ensolarado, reuniram-se na praça principal, apontando dedos acusadores como se estivessem distribuindo folhetos sagrados. Ignorando o lema da compaixão, proclamaram veredictos em nome de um Deus que, ironicamente, pregava amor e tolerância.
Enquanto eles brandiam suas sentenças como troféus, a comunidade assistia, cansada das críticas disfarçadas de virtude. Um sábio local, ao observar a cena, murmurou: "Juízes Religiosos, tão ocupados apontando os erros dos outros que perderam de vista a essência da fé."
Naquela tarde, enquanto o sol se punha sobre Julgamentos, a reflexão pairava no ar. Os Juízes Religiosos, com suas palavras afiadas, foram desafiados pela simples verdade de que a verdadeira essência da religião reside na aceitação e no amor, não na condenação. E assim, o vilarejo aprendeu que a verdadeira devoção não é medida por sentenças, mas pela capacidade de estender a mão com compaixão.