A “regulação da mídia”
Que os governantes, principalmente os latinos americanos, queiram controlar os meios de comunicação é perfeitamente compreensível, mas ver pessoas, como nós, ecoando as justificativas mentirosas dos políticos, causa tristeza.
Os políticos latino americanos em geral têm tendência “natural” para desprezar a população e serem autoritários. A História mostra isso.
Em outros países, especialmente nos Estados Unidos, nas vezes que algum político com tendências ditatoriais começou a ganhar a simpatia de parcela significativa da população com discursos chamativos, os próprios políticos, até do mesmo partido, tiveram o cuidado de isolá-lo e encerrar sua carreira política.
No nosso caso, sabemos que os políticos se vendem com facilidade e nunca desprezam a oportunidade de “se dar bem” mesmo que custa do sofrimento da população.
Uma avaliação precisa da tendência das pessoas para a servidão voluntária, vem justamente de um psicopata assassino. Adolf Hitler no seu livro “Minha Luta" disse: “Assim como as mulheres, cuja receptividade mental é determinada menos por motivos de ordem abstrata do que por uma indefinível necessidade sentimental de uma força que as complete e, que, por isso preferem curvar-se aos fortes a dominar os fracos, assim também as massas gostam mais dos que mandam do que dos que pedem e sentem-se mais satisfeitas com uma doutrina que não tolera nenhuma outra do que com a tolerante largueza do liberalismo. Elas não sabem o que fazer da liberdade e, por isso, facilmente sentem-se abandonadas.”.
Sabemos muito bem o que ele fez a partir dessa “constatação”.
Parece-me que Hitler conseguiu responder uma dúvida que Étienne de La Boétie revelou em 1548 quando escreveu “Discurso da Servidão Voluntária”: “Por enquanto, gostaria apenas de entender como acontece que tantos homens, tantas aldeias, tantas cidades, tantas nações, às vezes sofrem sob um único tirano que não tem outro poder além do poder que eles lhe dão; que só é capaz de prejudicá-los na medida em que eles têm a vontade de aceitá-lo; que não poderia causar-lhes absolutamente nenhum dano, a menos que eles preferissem aceitá-lo em vez de contradizê-lo.”.
Não pretendo examinar a conduta de políticos, que sabemos malignas, mas a de inocente úteis que reverberam as más intenções daqueles.
Vejamos as mentiras que são repetidas “ipsis litteris” pelos inocentes úteis com relação a "regulação da mídia":
- “não se trata de censura” – - “regulação da mídia” é um sofisma para “censura” e mais do que isso, essa medida visa cercear o direito elementar de expressão do pensamento e ignora o princípio constitucional “IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;”. Controlar o pensamento é o mais "sublime" dos atos autoritários;
- “a liberdade não pode ser absoluta” – meus garotinhos do prézinho, liberdade que não é absoluta não é liberdade;
- “liberdade deve seguir normas” – a liberdade já tem normas nas leis que permitem aos eventualmente prejudicados requererem reparação;
- “a regulação da mídia visa proteger a Sociedade” – ela visa manter a natural sujeira do políticos “debaixo do tapete”, além disso, parcela expressiva da população, a mais esclarecida, não quer essa “proteção”, por isso, essa medida já seria um ato autoritário em si mesmo;
É triste ver pessoas sem nenhum apreço pelo Direito e pela própria liberdade tentando se mostrar “filósofos” ou “intelectuais” para dar ares de coerência ao seu servilismo de repetir letra por letra as diretrizes de grupo estabelecidas por seus líderes.