Evocação Acanhada
FAÇO um breque nos assuntos da guerra, no horror dos assassinatos de inocentes e crianças em Gaza, sem que as grandes potências resolvam por fim àquela carnificina que afronta Deus.
Assim, prefiro voltar à conversa mole sobre a minha incapacidade em relação à modernidade. Continuo sendo um dinossauro, um homem do tempo do ronca, um caso perdido.
Por isso prefiro do meu cantinho evocar o passado. Detalhe: sem esse exercício de memória não vivo. Sim, sou um saudosista inveterado. Adoro sentir nostalgia, principalmente ouvindo essa palavra em castelhano como pronuncia cantando Bienvenido Grandão, ele pronuncia “nostálria”, como se tivesse acento agudo no primeiro a e o gê fosse pronunciado como erre. Fica arretado.
Possuo um caderno onde anoto frases e coisas do meu acanhado e querido passado. Dentre essas anotações está um trecho de um texto de Antônio Maria: “Não desprezeis minhas humildes saudades, mas buscai, em vossa meninice, lembranças parecidas com estas e elas vos restituirão um certo apego, um pouco de bem querer aos dias de hoje, tão sem graça na sua maioria”.
Melhor evocar o passado do que ficar focado no horror da guerra, mas o homem não é uma ilha. Temos que nos preocupar com o sofrimento dos nossos irmãos que estão sofrendo na terra que nasceu, viveu, morreu e ressuscitou Jesus Cristo. É muito triste. Um desrespeito a Jesus de Nazaré. William Porto. Inté.