Do que os humanos precisamos?
Os humanos precisamos de Robinson Crusoé e Sexta-Feira, de Odisseu, Gulliver, Mogli, de Dartagnan, Athos, Porthos e Aramis, de Quasímodo, de Sherlock Holmes e Watson, de Romeu e Julieta, de Aladin, Simbad, Pequena Sereia, Branca de Neve, Maigret, Frankenstein, Drácula, James Bond, Alice, de Dom Quixote e Sancho Pança, de Robin Hood, Pinóquio, Emília, Hari Seldon, Peter Pan, de Jekyll e Hyde, e de tantos outros personagens da literatura universal. Os humanos precisamos de mais fantasias, de mais maravilhas, de histórias que nos encantam, de aventuras que nos fazem viajar para outros tempos, outros países, outros planetas, outras galáxias, outros universos, outras dimensões, de coisas que expandem a nossa imaginação, nos façam mais receptivos às maravilhas do mundo. Não precisamos de mais teorias sociológicas, psicológicas, antropológicas, históricas, filosóficas, que nos confundem e embaralham a nossa percepção das coisas do mundo. Sequer sabemos a origem das teorias das ciências sociais - e temos de nos perguntar o que há de científico em tais ciências. Estão a nos embaciar a vista, a eclipsar o nosso entendimento, as teorias sociológicas, antropológicas e outras monstruosidades assemelhadas. Estudiosos, após décadas a se dedicarem ao estudo das coisas sociais, da história da civilzação, do comportamento humano, ao discorrerem acerca dos eventos políticos e sociais que se desenrolam diante de nossos olhos nada mais dizem do que asneiras, e daquelas bem grossas, rematadas tolices - e muita gente se deixa engabelar pelas palavras de tais sábios, e não pelos pensamentos deles, que não apreendem, porque inexistentes, de tão mesmerizados pelos títulos que eles orgulhosamente ostentam. As palavras deles assumem aos olhos dos facilmente sugestionáveis ares de chaves que abrem as portas para mistérios insondáveis que só os iniciados são capazes de acessar. Muito do se lê de autoria de intelectuais e do que se ouve do que sai da boca deles nada mais é do que o canto das sereias, o som harmonioso da flauta de Hammelin - e quem não cobre os ouvidos, seduzidos pelos cativantes, irresistíveis cantos e música caem em desgraça. Há exceções que confirmam a regra, é claro. Mas quem é capaz de destacar as exceções?!
As aventuras fictícias, saídas da cabeça de gente privilegiada pela imaginação, fazem-nos a nós humanos muito mais bem do que as pessoas desprovidas de imaginação podem imaginar. Que venham outros nomes a criarem outros Crusoés, Sherlocks, Dráculas, Pinóquios, Romeus, Aladins...