A MASSA
Francisco de Paula Melo Aguiar
A massa, quem é a massa?
É o poder (o povo) que pode tudo e não sabe que pode.
Não é por acaso a afirmação: "O homem só pode ser si mesmo por completo enquanto estiver sozinho; por conseguinte, quem não ama a solidão, não ama a liberdade; pois o homem só é livre quando está sozinho. A restrição e a ânsia por liberdade são companheiras inseparáveis de toda sociedade; e os sacrifícios que exige serão tanto mais custosos quanto mais acentuada for a própria individualidade do homem", segundo Arthur Schopenhauer. “Aforismos Para Sabedoria de Vida” ( 1ª Edição – São Paulo: Editora Edipro; [2012]), p.99.
E isso é fato, porque não está "contaminado" com o que pensa o outro sobre si próprio, o que tem preço e o que tem valor.
Que um prato com feijão, arroz e picanha é o maior "libertador" da "consciência" do estômago, seja ele da esquerda ou da direita, isso todo mundo sabe, uma vez que silencia o abismo que representa e que é cada pessoa de qualquer classe social.
A liberdade existe de fato e de direito se cada abismo ou pessoa possa agir por si só, e ponto final, uma vez que a vida é dela, assim como suas escolhas, inclusive de morar em condição de rua , etc.
O homem é um animal social, ex-vi o pensamento de Aristóteles, porém, ele nasce, vive e morre só, até porque a massa ou a sociedade não pensa e em sendo assim vive ansiosa por mudanças de si mesma sem encontrar respostas satisfatórias, tais como: cerveja, whisky, cachaça de cabeça, feijão com arroz, farinha e bisteca no almoço, janta e ceia no prato de mais de 210 (duzentos e dez milhões) de brasileiros.
Isto é utopia e manipulação individual rumo a massa faminta.
Quem toma decisão pelo estômago não sabe o que está tomando, porque cada pessoa é um abismo que nunca se satisfaz com nada, come, bebe, dorme e acorda, portanto, precisa de tudo a todo instante para estar viva e atuante, assim como de quem não precisa do engodo estatal para viver.
Assim sendo, a felicidade dura e custa pouco, pode ser achada ou encontrada em qualquer lugar, do palácio de cristal a barraca de papelão dos moradores das ruas.
De modo que o mesmo Aristóteles nos ensina que "o direito é a razão livre da paixão", isso porque quem decide por si só com paixão, sepulta a razão ainda viva e capaz de tomar qualquer decisão por si mesma. De barriga vazia não se tem tempo de pensar.
De modo que "a massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa...", segundo George Orwell (Eric Arthur Blair), escritor, jornalista e ensaísta inglês, nascido na Índia Britânica.
Isto é fato, a massa mantém as ideologias politicas e suas facções fracionadas em direita e esquerda, assim como as religiosidades, etc.
E não é diferente porque a massa "lembra" os nomes dos políticos do passado, do presente e do futuro, assim projetados em sua fala manipulada por vantagens mínimas.
O pacto federativo brasileiro precisa ser reconstruído hoje para o presente e não para o futuro, porque o discurso sobre a chaga social é lindo e o abismo pessoal só aumenta, falta de moradia, emprego e renda, corrupção (inclusive do corpo e da mente), homicidios, cada vez alguém tem mais e outros tem menos e ou nada, ainda que tenha bisteca e cerveja mental no prato que está e continua vazio, porém, cheio apenas na mídia nacional.
Isso mesmo, porque "as massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e não vivem sem elas", segundo nos afirma Freud, o pai da Psicanálise.
Uma sociedade distribuidora de renda que só tira de quem tem para dar a quem não tem é um abismo vicioso para quem quer nascer, viver e morrer as custas alheias, e isso não se pode ser chamado de felicidade. Felicidade é o poder público ensinar o indivíduo a pescar e não dar o peixe, porque assim ele tem "Ordem e Progresso" para dar é vender sem se deixar ser abismo a ser usado pela manipulação eleitoral.