Minha querida cadeira elétrica V
Aluu! Inuugujaq meus 23 fieis leitores e demais 36 que de quando em vez vem sentar na minha cadeira literária pra ler a mais recente e nauseabunda crônica da belicosa série Minha querida cadeira elétrica. Ajuungila?
Sentado em minha confortável e aquecida cadeira elétrica, com um copo de Jack Honey na mão, enfrento o frio congelante que faz em Charky City nessa época do ano, pleno inverno. Aqui o Papai Noel usa de verdade o roupão vermelho, pra não morrer de frio e, por qualquer imprevisto, os duendes o acharem na neve branca. E a barba, também, não é estilo, é necessidade pra proteger o rosto do frio. O nosso Papai Noel é quentucho, não esses fakes copiados aí dos trópicos que infestam os shoppings sem gelo e com ar condicionado - que deprimente e ridículo isso! -, horda de bárbaros culturalmente colonizados.
Por falar em colonizados, assisto serena e confortavelmente os soldados de Israel e os caras do Hamas trocando tiros num hospital de Gaza. Bom, daí os que forem feridos já podem ser atendidos ali mesmo. O bom do telão da minha sala é que ele não tem odor e, se eu quiser, posso tirar o som. Assepsia total. Posso até, imaginem tuzes o cúmulo, se quiser, ser infame e FDP o suficiente para torcer para um lado, como se fosse um jogo de futebol - a ignorância permite essas canalhices e, tuzes o sabem bem, não escondo nunca minhas qualidades, sou um canalha mentiroso sincero. Não valho nada, sou um sem serventia, não valho a boia que como.
Entretanto, confesso que tenho me sentido incomodado quando me olho no espelho, pensando que eu não devia de ser tão FDP assim. "Tunico, tu é um asqueroso, tenho nojo da tua cara" - digo pra Mim Mesmo e, pasmem, Mim Mesmo sorri pra mim, debochado. Ah, mas que baita de um FDP esse Mim Mesmo é! Tão diferente e tão igual a mim. Troco de canal para ver mais do mesmo, procurando a Ucrânia, que sumiu da TV e está sumindo do mapa, apagada pela Rússia, assim como a Palestina por Israel, ao vivo e a cores pela TV. Fico pensando no que estavam pensando Zelensky e o Hamas quando decidiram enfiar o indicador no traseiro do Urso e de Abrahão? Não acredito que esses caras não sabiam a merda que ia dar. Mas quem sou eu, né? Não sou passarinho e nem como ou atiro pedras.
Estico-me na cadeira elétrica. O Brasil está torrando e as geleiras daqui sumindo, enquanto assisto as guerras. Ah, nada como a comodidade, não é mesmo? Não perco o final disso tudo por nada, mesmo que o nada sobre pra mim e Mim Mesmo e, também, pra tuzes e nozes.
Qujanaq por terem dado uma passadinha por aqui hoje. Takuss"!
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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.
MAIS TEXTOS em:
http://charkycity.blogspot.com
(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)
CARTA ABERTA aos meus caros 23 fieis leitores:
https://www.recantodasletras.com.br/cartas/3403862
GLOSSÁRIO KALAALLISUT:
Ajuungila - Como estão?
Aluu - Olá.
Iterluarit kumoorn - Bom dia.
Inuugujaq - Boa tarde.
Nozes - Todos, o plural de nós. Algo assim...
Qujanaq - Obrigado.
Takuss' - Até mais.
Tuzes - Plural de tu.
Antônio Rollim Fernando de Braga Bacamarte