O presente veio do céu
Vaguei de um lado pra outro pulando de galho em galho cutucando com vara curta o sono que refrigera a alma.
Trouxe-me nas margens do oceano todos os pensamentos que estavam bem guardadas quase esquecido naquele baú empoeirado. Com suas janelas modelo colonial pintada de verde, paredes brancas e telhas francesas vermelhas, a casa onde você morava.
Bem na ora da despedida uns jogavam punhado terra, outros uma pétalas de flor e eu encostado naquele troco daquela arvore vendo o cenário fúnebre apertei mais os ramos do buquê que não tive coragem de pôr no seu caixão levei para casa e com água no vaso ficaram lindas, no outro dia bem cedo fui ao cemitério e plantei ao seu lado, todos os dias ia irrigar minhas plantinhas na esperança que elas podiam indicar algo que aliviasse a dor de amor solitário que estava preste a nascer.
O tempo passou, as flores murcharam eu amargurado mudei para bem longe, depois de muitas voltas aqui estou recebendo a mensagem tardia pela malvada maré na orla da praia dos meus sentimentos ao abrir a minha janela vejo uma estrelinha brilhante do lado esquerdo do cruzeiro do sul piscando pra mim.