Como acabar com uma guerra
Ainda o Antônio Torres, em crônica de 1920, fala sobre um pobre-diabo que foi levado à força para tomar parte em um exército.
Como não tinha nenhuma habilidade para ser soldado (excelente virtude!), fizeram dele o faxineiro do quartel.
Ao primeiro tiro de espingarda, começava a tremer e, ao primeiro tiro de canhão, entupia os ouvidos de algodão.
E não podia ver uma igreja que logo entrava e ficava lá por alguns instantes. Um dia perguntaram o que exatamente fazia nas igrejas.
"- Eu, quando vou a igreja, é para pedir à Nossa Senhora que mande cólicas a todos os que são causa da guerra.
- E acreditas que isso faria cessar a guerra?
- Oh! Tenho certeza, porque tenho cólicas muitas vezes e sei o que são elas".
Aqueles eram os tempos das guerras napoleônicas, e talvez se possa atribuir à Nossa Senhora a própria úlcera de Napoleão.
É um desejo justo que aqui renovo: que todos os que promovem o terror e a guerra tenham cólicas fortíssimas e insuportáveis, que se dobrem sobre si e se contorçam de dor e não consigam fazer nada, isto é, que sejam totalmente incapacitados por elas, que elas sejam contínuas e que no meio da sua aflição eles digam "ao diabo com essa guerra, só quero que essa maldita cólica desapareça".
Não deve ser por acaso que são homens que fazem a guerra, mas creio que Nossa Senhora não há de deixá-los impunes e provocará neles cólicas mais violentas e devastadoras que as das mulheres.
É o que pede, humildemente, este pecador.