Nesse pedacinho de mundo
Como gostaria de entender ou melhor não saber o porque de dando corre-corre para chegar no final.
Sentado nesta sala climatizada para amenizar esses dias quentes que estamos vivendo, ouso o barulho da queda d´água da cachoeira que vem lá do fundo do grotão. Nesse pedacinho de mundo o silêncio é quebrado pelo gorjear dos pássaros que voam das moitas a copa da grande árvore com tamanha facilidade que sinto uma pontadinha de inveja.
Porém esse pequeno quadro pendurado na parede, o escultor desenhou e pintou com tamanha perfeição o pedacinho de chão que passei minha infância. Nesse recanto vivi muitos anos com pai, mamãe e meus irmão. Sei lá deve ser coisa de gente adulta, um dia fiquei sabendo que iríamos mudar o caminhão encostou e pude vê papai, mamãe, meus tios, pondo em cima da carroceria até os cacarecos não deixou nada para trás, até a saudade nos acompanhou.
No retrospecto da imaginação projetado nessa moldura o pedacinho de mundo que nunca mais retornei, e muitos dos personagens já não existem mais mas a lembranças mora no meu peito sobe na cabeça e faz um fuzuê que transforma a saudade em momentos de melancolia das brava.
O poeta tem razão quando diz: Recordar é viver, eu completaria faz subir no palco os personagens que não existem mais se assemelha a uma das figuras de linguagem a prosopopeia querendo dar vida a quem não tem mais.
Onde esta a pequenina que com a nossa ingenuidade os choros foram sufocados com a partida e à distância de um posante sem coração.