ATÉ QUANDO?
Francisco de Paula Melo Aguiar
O sonho de alguém é aquilo que se acredita e por ele vive a lutar.
Não ocupa espaço em território alheio. Ninguém vê ou percebe e se percebe não entende por habitar outro território igualmente invisível.
Sonhar é preciso para protagonizar viver o presente visando o futuro.
E até porque "se forem sábios, não discuta com eles; se forem tolos, ignore-os", segundo Epicteto, filósofo grego estoico.
É o sonho que alimenta a quem tem fome de dias melhores e até porque um dia em cada dia ou uma coisa em cada coisa, uma vez em cada vez.
Um exemplo patético, repetitivo, porém real e insonhado é assistir uma reportagem na televisão nacional, dando a notícia de que um delegado de polícia civil no Estado do Ceará, encarregado de cumprir em tese a lei Maria da Penha, por extensão a lei que disciplina o feminicidio, se envolve em uma confusão de trânsito e durante a discussão no calor da emoção bate no rosto de uma mulher, aplicando in loco a lei do puder do mais forte chamado abuso de autoridade policial ou não.
Ah! É o puder do mais forte encontrado como arrastão de fim de festa nas pequenas e grandes cidades diante da omissão do aparelho policial do Estado.
Se não tivesse o vídeo comprovando o fato, a mulher poderia ser presa e processada e quiçá condenada por desacato a autoridade nos termos do artigo 331 do Código Penal com pena de seis meses a dois anos de reclusão.
Sim, é crime desacatar autoridade, sic, porém, apanhar de autoridade descontrolada não, porque palavras ditas e pancadas dadas nem Deus tira.
Até quando?