Algumas coisas se dão por repetição, uso constante, desgaste. Sei de uma história, um acontecimento que vem ilustrar essa teoria do mais usado. Em uma estrada, um caminhante se depara com um bifurcação e na dúvida, exita em que direção seguir. Percebe ali próximo, um ancião sentado sob uma tenda, e pela aparência do lugar e sua postura, está ali há tempos. Volta em direção ao velho e pergunta qual o caminho mais indicado a seguir. O idoso aponta os dois caminhos e pergunta qual deles o viajor percebe mais pegadas, mais gasto, ao que ele responde, pelo que vejo, o da esquerda está mais marcado, mais vezes foi pisado. O ancião apenas olha e acena com a cabeça, ao que ele entendeu como um aceno de concordância e seguiu sem mais perguntar. Voltou após umas horas e disse: - Aquele caminho vai dar em um desfiladeiro intransponível, não tem como seguir adiante. Então, o velho responde: - Por isso está com mais pegadas e tão mais gasto, todos que vão, voltam, pisando duas vezes nos mesmos lugares. O caminho da direita é só de ida, volta quem quer, é o que dá acesso a continuar, seguir em frente.

Nem sempre o que nos parece o mais usado, o mais curto, o mais usual, é o que nos é indicado.

Preciso é, buscar o próprio caminho, e nem sempre é o mais curto.

O sofá? Que tal levantar e começar a caminhar.

 

 

Foto: Maria Cláudia 'Taboca' Vicco Campos, a Belinha