Que o nosso amor seja o tempo em nós...

Olho à volta e vejo palavras, gestos, lembranças e tudo o que nos fez viver a insanidade como algo natural, sem remorso, sem meias medidas, vivido por inteiro, fora do tempo, mas o coração, também foi teu o tempo todo. Apertado, sobreviveu.

E é sobre isso que se trata este relato. Como explicar um amor que nas sombras brilhou mesmo longe do sol, que nas noites foi intenso, embora, nunca viu o dia amanhecer, mas nada mudou o que ficou. Vejo que o amor pode ser verdadeiro em qualquer época e independente do que o move, ele sobrevive, sobreviveu, enfim. Agora, estamos caminhando, cada um em direção ao outro, sem pressa, porque nesse novo caminho o tempo não existe.

E sem você o caminhar ficou pesado, ficou lento, as pedras no caminho se multiplicaram, a sede não encontra água, o tempo se arrastou até a trigésima sexta lua brilhar, e, a esperança floresceu.

Você entende, você sabe, são como as cerejeiras, sobrevivem apesar de tudo.