As três peneiras
Alberto era um executivo. Um operário ou um profissional como tantos que conhecemos. Logo que foi transferido, no primeiro dia de trabalho, para fazer média com o chefe, saiu com esta:
- Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Venâncio. Disseram que ele...
Nem chegou a terminar a frase, o chefe o interrompeu:
- Espere um pouco, Alberto. O que você vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras, chefe?
- A primeira, Alberto, é a peneira da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
- Não, não tenho certeza. Como posso saber? Foi o que me contaram.
- Então, sua história não passou na primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira, a peneira da bondade. O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem o mesmo a seu respeito?
- Claro que não, chefe! Nem pensar nisso! Dizer isso de mim?
- Então, sua história não passou na segunda peneira. Vamos ver a terceira que é da necessidade. Você acha necessário me contar isso ou mesmo passar adiante esta história?
- Não chefe. Minha história não passa no crivo dessas peneiras. Ela pode não ser verdadeira, não ser benéfica a ninguém, nem necessário contar - fala Alberto, um tanto desapontado consigo mesmo.
- Pois é Alberto. Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras? – diz o chefe sorrindo e continua:
- Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo dessas três peneiras: Verdade, Bondade e Necessidade, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, porque:
Pessoas inteligentes falam sobre idéias,
Pessoas comuns falam sobre coisas,
Pessoas medíocres falam sobre pessoas.
- Texto de domínio público.