Equilibrista de Pratos
Costumo usar uma metáfora para explicar minha atual fase. São tantas as atribuições e cobranças que me sinto qual um malabarista de circo. Não um qualquer, mas aquele dos pratos cuja principal tarefa é manter todos em constante rotação de modo a garantir sua permanência em cima da vara que os sustenta. Para isso, precisa girá-los continuamente, pois do contrário perdem força e acabam caindo.
Qual a semelhança com a minha vida? Onde, afinal, está a identidade que justifique a comparação? De fato, não há nada circense na minha rotina. Sou um modesto pai de família, com duas filhas, casado com uma bela esposa e com relativo sucesso na vida profissional. Conto ainda com pessoas de minha família, como mãe e outros familiares. Tenho ainda os parentes que vieram em virtude da união com minha esposa. Além disso uma gama de amigos virtuais/pessoais que sequer sei mensurar.
Pois bem. Ocorre que cada um desses representa um prato. Girá-los constantemente para manter o show e agradar a plateia custa-me muito. Sempre haverá aquele prato cambaleante prestes a cair, em contraposição ao prato de rotação veloz que desafia a lei da gravidade.
A conclusão a que chego é: não sou um bom malabarista.
Minha plateia se aborrece com meu show pífio. O enfado é tal que não consigo segurá-los ante a desastrosa apresentação.