Saudade da Oração da Ave-Maria
NUNCA fui religioso, mas sempre me considerei cristão. Mais: minha mãe era Filha de Maria e sua fé me comovia e me fez débito de Nossa Senhora. Dentre as orações à Virgem Maria, uma era minha preferida. A Ave-Maria que era divulgada todos os dias pelo Serviço de Alto Falantes da nossa cidade. Com o fundo musical da Ave Maria de Gounod, texto de autoria do jornalista Carlos Rios, exatamente às seis horas da tarde, na Hora do Ângelos, o locutor declamava o seguinte texto: “AVE-MARIA/ Rainha pura e ditosa/ Dos homens pecadores/ Santa radiosa dos céus/ Hora doce e emocionante/ Entre o dia que morre/ E a noite que surge,/ As criaturas/Lerdidas na inquietação/ Que invade a terra,/ Olham o firmamento/Ansiosas pela luz das estrelas/ Que começam a inundar a imensidade.
AVE-MARIA/ Paz e recolhimento/ Para os espíritos/ Conforto e esperança/ Para as almas./ O homem dobra os joelhos/ Abranda a sua ira/ esquece os seus sofrimentos/ E abre o seu coração,/ Nesta hora de piedade/ E de recolhimento./ O seu pensamento voa para o céu/ Qual gigantesco pássaro audacioso,/ Que soltasse na amplidão/ As suas asas douradas.
AVE-MARIA/ As catedrais e as capelas humildes/ Entoam ao mesmo tempo/ A sua oração,/ Que o bronze secular: Cobre de sons divinos, / Enchendo o espaço/ De harmonias inefáveis.
AVE-NARIA/ Hora da prece e do perdão,/ Hira dos fidalgos e dos plebeus,/ Hora dos cristãos de todas as idades,/ E dos filhos de Deus/ De ambos os hemisférios.
AVE-MARIA: Hora grandiosa de Deus,/ Traço de união divina/ Entre a criatura e o criador./ Hora mágica da humanidade/ Que abre um doirado/Caminho de luz: Entre a terra angustiada/ e o céu bendito,
AVE-MARIA….”.
Saudade dessa oração. Nunca a esqueci. William Porto. Inté.