Os Limites da Democracia Burguesa e o Governo Morales
Nos meandros da política latino-americana, a trajetória do governo de Evo Morales na Bolívia ressurge como um capítulo marcante, revelando as vicissitudes de um governante voltado à classe trabalhadora. Contudo, a sombra da direita golpista paira sobre o continente, sabotando tentativas de mandatos presidenciais que tentam avanços sociais via democracia burguesa.
Diante desse quadro social, fica difícil pensar que governos conciliatórios de classes e aceitando as constituições não serão sabotados por essa direita raivosa e armada típica na região. O governo de centro esquerda de Dilma no Brasil deposto por um golpe parlamentar e o socialista de Allende derrubado por uma sangrenta ditadura militar com o apoio dos Estados Unidos são provas cabais dessa situação.
Refletindo sobre a situação, surge a inquietude: será possível manter uma governança sólida sem confrontar as raízes estruturais do sistema capitalista? A perspectiva de uma esquerda light, apesar de avanços, parece vulnerável aos golpes dessa direita armada.
Há a necessidade de uma luta global socialista, capaz de transcender fronteiras, emergindo como uma resposta aos desafios enfrentados pelos países periféricos. A dominação dos centros imperiais exige uma resistência unificada.
Assim, no cenário latino-americano, a chamada radicalidade socialista ressoa como um chamado urgente. O desafio não reside apenas na conquista de avanços sociais, mas na redefinição das estruturas que perpetuam a desigualdade. Uma luta que transcenda as fronteiras nacionais, visando a verdadeira emancipação dos países periféricos frente à hegemonia dos centros imperialistas.
10.11.2019