Pão na chapa

Alinhado senta em uma das mesas abrir o jornal, mãos trêmulas com óculos fundo de garrafa a boina marrom escuro desfaz da bengala concentra-se na leitura. Por um instante permiti que a “nave do tempo me levasse para o passado” e essas cenas pude ver como seria 40 (Quarenta) anos atrás.

Acabou de sair do baile nem passou na sua casa, tomou o café apressado o ônibus está para passar e seu chefe não da mole pra quem atrasar. Depois de tantos perrengues, se casou continuou o laboro, se tornou avó na esperança de se aposentar cumpria todas as regras e obrigações sem questionar sempre na mesma empresa. Como um pássaro preso por muito tempo não se acostumou com a liberdade, a cada momento os olhos fixo no jornal e no relógio com medo de perder a hora. Entendo meu senhor, o calo da canga do tempo calejou sua mente e pressionou de tal maneira que ficaste assim. Mas um dia vai acordar, espreguiçar e olhar no espelho fazer a barba, pegar a boina e a companheira bengala, vai sair de mancinho atravessar a rua no meio do quarteirão deparar com velha padaria, e pedir um pão na chapa como antigamente......

Jova
Enviado por Jova em 09/11/2023
Reeditado em 09/11/2023
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