PRESUNÇÃO E SOFRIMENTO.
Compreender a si mesmo, ao menos um pouco do que você é. Com humildade....A grande meta de existir.
Nosso destino de felicidade possível concentra-se na absoluta compreensão do que somos, já que não podemos com largueza chegar ao fim último de nossa origem, nem ao porto da infinitude; desvendá-lo.
O mundo vagueia na convicção dos presumidos, maioria segundo Voltaire, 2/3, que recusam suas realidades, não pensam, se escoram ora em crenças de mera passagem, nelas sucumbidos, todas ausentes de fé sacramentada em pilares indestrutíveis, ou na construção do que não resiste à lógica primária.
O mundo pertence aos presumidos, somados, nada conseguem para o pensamento útil. Por isso em regra é estacionário para a boa vontade.
O vazio da utilidade estrutural, torna-se hiato no viver ensinando o pouco que se sabe e ensinar vivendo.
Ouçamos Rui, o grande tribuno: "Mas, senhores, os que madrugam no ler, convém madrugarem também no pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente, nas ideias próprias, que se geram dos conhecimentos absorvidos, mediante a transmutação, por que passam, no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas." Rui Barbosa.
A utilidade desconhece o peso da existência, é a graça que alegra a vida.
Anda de olhos abertos sem a cegueira que anda a passos largos.
A pena da presunção é asfixia de seu acanhado espaço. Falta-lhe oxigênio.
O espírito não se perturba no êxtase que faz o bem e não inibe liberdades.
Coube à verdade divina em poucas linhas, a definição das condutas.
Sofre a presunção, por se saber fraudulenta da personalidade, enganosa Se mostra a cada instante. Encerra-se na presunção da utilidade extrema que se pensa ter, quando nada constrói.