Portas abertas

A casa amarelo-rosa-velho da esquina lembra-me outro tempo. Tempo esse, que Carlinhos vinha correndo a bater no portão quando visitas chegavam. Batia, ignorante que era, aos seus quatro aninhos, sem saber que as portas viviam abertas, a casa era de todos nós, nós da rua, nós do peito, e de todo o resto.

Os anos foram passando e o menino cresceu emotivo e purgante, choroso o semblante de Carlinhos, todas viscosas as más impressões de si.

Tem tanta culpa de quê, Carlinhos? Não foram suas mãos que quebraram o portão, ele até tinha cadeado, papai e mamãe que o deixavam aberto, e tudo era, e sempre será, confiança e diversão...

Carolina Maria Souza
Enviado por Carolina Maria Souza em 06/11/2023
Reeditado em 07/11/2023
Código do texto: T7926243
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