A semente da indiferença

Na calçada literalmente vê os passos passarem apressados, um olhar que não enxerga a mazela de quem um dia surfava nessas ondas que estão navegando. O desmoronamento foi tamanho que aterrou parte da sua força, e nesse momento a lama os entulhos cobre a dignidade de homem que foi tão honrado, respeitado, mas ficou sem lar, sem família e estende as mãos pedindo clemencia.

Tendo o céu como teto, os trapos coletado no sexto do lixo, o velho jornais e o fiel vira-lata seu amigo vivem perambulando pela rua daquela grande cidade .

Alimentado pelo resto achado e compartilhado com o inseparável pingo de esperança, já não sente a dor que corroía a boca estômago, mas os olhares da indiferentes dos que passavam apressados além de criar novas feridas sangravam as que já se encontravam em fase de cicatrização.

Pensou! “Será que um dia plantei esta semente e agora tenho que colher”?

Jova
Enviado por Jova em 06/11/2023
Reeditado em 06/11/2023
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