Perimetral
Ao deitar-me na minha rede e olhar para o nada, consigo enxergar seus olhos. Seus lindos olhos castanhos que são escuros como uma noite sem lua. O modo com que sorrio diante daquela visão é involuntário e tão... tão mágico! Ainda olhando para o nada, agora vejo sua mão estendida a mim como se me chamasse para ir contigo. Minha mão se encontra com a sua, sentindo o calor dela, sentindo a firmeza que tens. Ao segurar de sua mão, sinto-me sendo puxado para um abraço. O abraço que me destes nos conecta, não, fisicamente não, mas sim emocionalmente. Algo que transcende todas as dimensões que podem ser estudadas. Algo como se fosse uma avenida perimetral que corta e destrói todo o centro amargo e podre do sentimento ruim que eu sinto ao estar longe de você. Minha mão passa pelos seus cabelos e posso imaginar que o oceano tenha tanta inveja de você, já que nem ele tem ondas tão perfeitas e tão alinhadas para mostrar. Ainda no abraço, o deslizar de sua mão pela minhas costas me faz sentir que ali sim é meu lugar. De repente, sinto como se fosse afastado de ti e caio para trás, mas acabo caindo no conforto da minha rede novamente. Abro meus olhos e sorrio comigo mesmos percebendo que esse foi mais um dos milhares de sonhos que venho tendo com você. Certamente um sonho que eu preferiria não acordar.