A MAIS ÉPICA BATALHA DESSES GUERREIROS

Que volte a cessar tudo o que a antiga musa canta. Que silenciem os espíritos desprovidos de bom-senso. Que as derrotas passadas mergulhem no esquecimento para abrir espaço absoluto ao regozijo pela retumbante e incontestável vitória.

Ave, Nelson! Seus guerreiros destemidos, sabiamente conduzidos pelo comandante Diniz e seu estado-maior, venceram a contenda tão aguardada e mesmo temida por alguns seres incrédulos de sua grande nação tricolor. Fábio, Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo, Marcelo, André, Martinelli, Paulo Henrique Ganso, Arias, Cano, Keno, Guga, Marlon, David Braz, Diogo Barbosa, Lima e John Kennedy cumpriram sua honrosa missão.

Foi uma batalha memorável, dessas que permanecerão para sempre dignificadas nas páginas da História. O inimigo, reconhecidamente tinhoso e vencedor de anteriores pelejas, muito exigiu dos valorosos guerreiros e não se furtou a golpes baixos no afã de ganhar a luta.

Os Fados sorriram, porém, ao contendor mais digno e habilitado, que não se entregou e buscou a vitória com brio e persistência. Ao triunfar, o brilhante esquadrão viu-se, a um só tempo, libertado do peso de alcançar uma glória que faltava em seu currículo e libertador das aflições impostas à sua nação, ávida por celebrar semelhante laurel.

Os deuses tricolores desceram do Olimpo neste sábado, 4 de novembro, para inspirar e motivar seus sucessores mortais.

São Castilho, o mais heróico dos guarda-metas brasileiros, velou pelo guardião da última linha de defesa, o experimentado Fábio, quem mais uma vez demonstrou sua competência e sangue-frio. Mesmo com esse auxílio divino, foi impossível conter o míssil, cruel e injusto, que rompeu a muralha tricolor num raro descuido dos vigilantes defensores, mas não abalou o ânimo vencedor.

São Pinheiro também transmitiu sua saudosa força no miolo da zaga a Nino, Felipe Melo, Marlon e David Braz, que se desdobraram em conter as hostes inimigas, imbuídos do elevado espírito de atender aos anseios da massa humana que acompanhava a evolução da luta com fé e esperança.

São Telê Santana, que completa a trindade “santificada” por este narrador, percorreu, incansável, como nos velhos tempos, todo o campo de batalha, renovando a disposição gigantesca de André, Martinelli, Ganso e Lima em enfrentar o adversário sem trégua ou adicionando ímpeto às investidas de Arias, Cano, Keno e John Kennedy, as quais acabaram por minar o bastião antes julgado intransponível. Telê ainda teve fôlego para ficar ao lado de Diniz, iluminando-o com sua experiência também de técnico (por que não, o maior de todos até o momento?).

Forças terrenas também entraram em ação. Se, no campo argentino, havia certo Romero com fama de invencível, certamente outro Romero, o pequeno grande Romerito, atuou em surdina, com a força de seu pensamento, para fazê-lo vacilar e curvar-se ante os potentes tiros de Caño e John Kennedy, que definiram o resultado da contenda.

Assim foi: tricolores de ontem e de hoje irmanaram-se para o delírio final no Coliseu que se denomina Maracanã. Meninos, eu vi!

Valeu, meu Fluzão! É campeão em uma, é campeão em duas, é campeão em três cores vibrantes!

Brasília, 5/11/2023.