De repente: enigmático.
Estávamos retornando e, justamente nesse momento, ele abriu a porta para sair, porém a concedeu para que pudéssemos entrar e nos acompanhou. Brincou. Sorriu. Brevemente conversou. Logo após, observou a minha preocupação, a minha responsabilidade. Então, interpelou-me perguntando se poderia ajudar, querendo. Eu resistente o respondi dizendo que era opcional a ajuda. Mas, ele ignorou e relatou seu plano. Eu disse que talvez não precisasse. E ele me encarou, calmamente, de braços cruzados, em silêncio, por uns segundos. Reorganizei os pensamentos, na tentativa de não desmerecê-lo. E comecei a explicar o porquê. Assim, ele me olhou com uma atenção intrigante, inclinando a cabeça, com os seus olhos negros aveludados, quase semicerrados, dos meus olhos aos meus lábios, lentamente. Como se estivesse inerte. E eu o estranhei, contraindo levemente as sobrancelhas, observando todo o percurso do seu olhar, mas continuei. Depois ele se esgueirou, voltando. Prossegui a conversar. Ele respondeu. O diálogo se encerrou. E eu queria saber o que ele pensou.