Lamotrigina

O que me vale ficar acordado, com o pensamento fluindo pelo esgoto, assim eu te amo, por te odiar tanto. O cérebro de má vontade, cobrando a felicidade e posso dizer que adoro viver, mas prefiro morrer e também explico todas as minhas opiniões, que não existe nenhuma.

Diariamente querem impor a reta no meu caminho e são pelas curvas que escapo e trilho o meu. Exigem que eu seja obediente, respeite a hierarquia seletiva, requerem-me branco, hétero, segregador e omisso. Esperem a transgressão, insubmissão, um obstinado, resoluto e inconformado.

Se do inferno nasce meu humor, admiro meu espírito jovial, velho e rabugento e tenho tantos amigos, que não converso com nenhum. Se estou sozinho tô tranquilo, meu espírito não é parelho.

Olho para o espelho e não tenho reflexo, a fumaça do cigarro turva a realidade, a coceira espalha-se pelo corpo, aumentando a irritabilidade. Sempre lamento pela noite e a boa vontade, apenas me falta a paz e o perdão pela insônia. Rezo todas as noites, para praticar o meu ateísmo, convenhamos pareço um bêbado inumano, comprimido a verdade.

Sou feliz, sendo infeliz e não enxergo o óbvio. Pena que a depressão é mais real que a falsa extrema positividade. Não vejo esse mundo forjado de colorido, tudo se resume preto e branco, ódio e muito rancor. Antipático, arrogante e bipolar, sempre fui, serei e sou. Estou cansado da minha falta de criatividade, o sol nasce e tudo começa de novo. O que me resta é o sono e o sonho passou ser saudade.

Ednilson Valia
Enviado por Ednilson Valia em 31/10/2023
Código do texto: T7921181
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