Educador, é preciso cautela
A Escola é uma ferramenta insubstituível na construção da paz, da dignidade humana e do resgate de todos os valores sociais que foram se perdendo ao longo de décadas.
A sala de aula é um local privilegiado para se debater estas questões. Os alunos trazem para o cotidiano da escola uma infinidade de situações e preconceitos que não podem passar despercebidos pelos educadores.
Com o avanço tecnológico o mundo se tornou pequeno. Os conflitos e as aberrações de cultura dos povos invadem os lares e são reproduzidas das mais diversas formas.
Em pleno século XXI vê-se a “mulher” sendo cantada e contada com termos chulos e vulgares, repetidos a séculos. O mais degradante é ver jovens, meninas aceitando naturalmente os conceitos pejorativos, retribuindo com tamanha pequenez, com sorrisos, como se fossem elogios.
Chamar uma mulher de vadia, cachorra, é rotina nos programas e telenovelas brasileiras. E aí a vida imita a ARTE... E esta “arte” precisa ser discutida com seriedade.
Ao ouvir algo parecido, o professor ou professora, tem que parar a sua aula! Não pode haver tolerância. Neste instante a equação de segundo grau, os advérbios, o feudalismo, a revolução industrial são conteúdos insignificantes para estes adolescentes. É preciso falar a respeito das diferenças, dos valores, da dignidade, da ética. É preciso falar com afetividade, com o coração, destituído de qualquer julgamento pessoal.
O professor é visto ainda, pela maioria, como modelo. A responsabilidade é muito grande, pois pode vir a ser um exemplo positivo ou negativo. É preciso cuidado ao falar de ideologias, pois corre-se o risco de embrenhar-se num território perigoso, de envolver-se num campo minado. É preciso muita censura no que publica nas redes sociais. Lembrar-se de não falar o que não tem domínio, não tem conhecimento profundo. Não discutir assuntos que não tenham fundamentos seguros verídicos.
Os docentes devem inserir em seus planos de aulas bons exemplos de textos, de reportagens, documentários, filmes e de indicar bons livros e programas de TV. Devem ainda lembrar-se das figuras femininas que se sobressaíram na História e principalmente das heroínas da rotina de um lar.
O verdadeiro educador não pode perder a oportunidade de fazer a diferença na construção do caráter desses futuros homens e mulheres de nosso país.